Cantor dos Village People agradece a Donald Trump por usar "Y.M.C.A." e nega que seja um "hino gay"
A controvérsia em torno do uso não autorizado, por parte de Donald Trump, de música de diferentes artistas não é nova, com muitos a pedirem-lhe para deixar de tocar as suas canções em eventos de campanha sem a existência de uma aprovação direta.
Só este ano, Céline Dion, Beyoncé, Woodkid, Jack White, os herdeiros de Sinead O'Connor e vários outros emitiram declarações a criticar Trump pela utilização das suas músicas, enquanto a família de Isaac Hayes chegou ao ponto de intentar uma ação judicial contra o político.
Os Village People pediram inicialmente a Trump para que deixasse de utilizar a sua canção de sucesso de 1978, "Y.M.C.A.", durante os seus comícios. Mas voltaram atrás quando Victor Willis, membro da banda, vocalista e coautor de "Y.M.C.A.", entendeu que o político parecia "gostar genuinamente" e estava "a divertir-se muito" com a canção.
Tal explica o facto de, este ano, ter sido possível ver o presidente eleito a dançar ao som da canção.
Agora, o cantor e compositor de 73 anos defendeu a utilização da canção por Trump, num longo post no Facebook.
Willis disse que recebeu mais de 1.000 reclamações sobre o uso de 'Y.M.C.A.' nos comícios da campanha de Trump.
"Simplesmente não tive coragem de impedir que ele continuasse a usar a minha canção, perante tantos artistas que impediram a utilização do seu material. Por isso, disse à minha mulher para informar a BMI (Broadcast Music, Inc.) para não retirar a licença de uso político por parte da campanha de Trump."
Em contrapartida, Willis disse que ganhou mais dinheiro.
"Por exemplo, a Y.M.C.A. estava em 2.º lugar na lista da Billboard antes do seu uso por parte do presidente eleito. No entanto, a canção chegou finalmente a #1 na tabela da Billboard após mais de 45 anos (e manteve-se em #1 durante duas semanas) devido à utilização feita pelo presidente eleito", escreveu Willis na publicação, acrescentando que "os benefícios financeiros foram ótimos".
"Por isso, estou contente por ter permitido que o presidente eleito continuasse a usar a Y.M.C.A.", escreveu o músico. "E agradeço-lhe por ter escolhido recorrer à minha canção".
Willis também negou que a música de discoteca tenha sido concebida como um "hino gay", dizendo que "não sabia nada sobre o Y ser um ponto de encontro para gays" quando escreveu a letra.
"Quando eu digo 'sair com todos os rapazes' é simplesmente calão negro dos anos 70, para fazer referência aos negros que se juntam para praticar desporto, jogar ou outra coisa qualquer. Não há nada de gay nisso", disse ele, sobre um dos versos mais famosos da canção.
E acrescentou que as pessoas deviam tirar as suas "mentes da sarjeta".
Encantador.
Willis também disse que não se importa com o facto de a canção ser considerada um hino gay, mas que as falsas suposições são "prejudiciais para a canção". A partir de janeiro, referiu, a sua mulher vai processar qualquer organização noticiosa que se refira a 'Y.M.C.A.' como um hino gay.
Duplamente encantador.
'Y.M.C.A.' tem sido amplamente adoptada pela comunidade LGBTQ+ ao longo dos anos, com muitos a interpretarem a letra como possuindo referências óbvias à reputação da cadeia de ginásios com o mesmo nome como um local de engate popular.
Também vale a pena mencionar que a faixa foi retirada do álbum de 1978 dos The Village People, intitulado "Cruisin''...
Como Cardi B disse uma vez: "É suspeito".
Portanto, se alguma organização noticiosa estiver a pensar referir-se a "Y.M.C.A." como um hino gay, tem pouco menos de um mês para o fazer. Foram avisados.
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