Incêndios assolam terrenos agrícolas no norte de Espanha. Sul de França em alerta máximo

Vários incêndios florestais têm causado estragos em Espanha, sobretudo nas regiões do norte, numa altura em que o sul da Europa continua a registar temperaturas recorde. Milhares de pessoas foram retiradas de casa nas zonas afetadas, enquanto prosseguem os esforços para extinguir as chamas.
As condições de seca extrema e os ventos fortes tornaram o combate aos incêndios mais difícil. As autoridades bloquearam estradas em cidades e pequenas aldeias vizinhas numa tentativa de conter a propagação dos incêndios florestais.
Na pequena cidade de Molezuelas de Carballeda, em Zamora, o pessoal da Unidade Militar de Emergência trabalhou durante a noite para combater as chamas. O fogo estava a propagar-se rapidamente e tinha chegado a uma empresa agrícola, atingindo uma estufa e vários anexos.
Os habitantes da aldeia de Carucedo, na província de Castela e Leão, foram retirados de casa durante o fim de semana, uma vez que os incêndios atingiram as zonas residenciais do município. Segundo as autoridades, os ventos estão a ajudar a levar as chamas mais longe e continuam a representar uma séria ameaça.
Seis incêndios florestais tomaram conta da província e os bombeiros ainda estão a trabalhar para os extinguir. A área permanece em alerta máximo tendo em conta que dois desses incêndios se encontram próximos de zonas habitadas.
Segundo as autoridades, 30.000 pessoas foram retiradas da pequena aldeia de Yeres, uma vez que os incêndios continuam a aproximar-se.
França também em alerta máximo
Esta segunda-feira, no sudoeste de França, os termómetros dispararam até aos 43 graus Celsius em partes de Charente e Aude, fazendo com que em doze regiões fosse declarado o alerta de perigo extremo.
Em Aude, onde as vinhas e o matagal mediterrânico se estendem pelas colinas, centenas de bombeiros permaneceram no terreno para controlar o perímetro de um vasto incêndio que se propagou por 160 quilómetros quadrados na semana passada.
As autoridades locais disseram que o incêndio está agora contido, mas alertaram para possíveis reacendimentos durante semanas, com pontos quentes que ainda representam um risco.
O Meteo-France, o serviço nacional de meteorologia do país, colocou 12 departamentos em alerta vermelho, uma designação emitida apenas oito vezes desde a sua criação em 2004, na sequência de uma vaga de calor mortal no verão do ano anterior.
Mais 41 departamentos estavam sob aviso laranja, tal como a vizinha Andorra.
Segundo as autoridades, o alerta vermelho permite que as autoridades locais cancelem reuniões ao ar livre, encerrem espaços públicos e alterem os horários das escolas ou dos campos de férias.
O aviso é acionado em caso de fenómenos de calor extremo e prolongado que representam riscos graves para a saúde e podem perturbar a vida quotidiana.
As imagens nas redes sociais mostravam ruas fechadas em Valence, residentes a cobrir as janelas com papel de alumínio para refletir a luz do sol e turistas abrigados em guarda-chuvas ao longo do Garonne, em Toulouse. As esplanadas dos cafés no sul do país estavam vazias, uma vez que as pessoas se deslocavam para dentro de casa para escapar ao calor.
A vaga de calor, a segunda em França neste verão, começou na sexta-feira e prevê-se que dure toda a semana, prolongando-se até ao próximo fim de semana
Os meteorologistas esperam que a onda de calor se estenda para norte, com máximas de 38°C na região Centro-Val de Loire e até 34°C em Paris.
De acordo com os meios de comunicação social locais, as condições também estão a piorar a qualidade do ar, levando a alertas de poluição em várias regiões.
Na Provença-Alpes-Côte d'Azur, as autoridades municipais declararam situação de emergência devido à poluição pelo ozono em vários departamentos, introduzindo medidas de restrição do tráfego em partes da região de Aix-Marseille-Provence para reduzir as emissões.
Paris debate-se com uma qualidade do ar igualmente má, de acordo com a agência de monitorização meteorológica Airparif, que também deu conta da poluição existente nas principais cidades.
As autoridades sanitárias alertaram os residentes para evitarem atividades ao ar livre durante os picos de poluição e para limitarem a condução desnecessária.
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