Santuário de Fátima acolhe milhares de migrantes na peregrinação de agosto

Milhares de migrantes reúnem-se no Santuário de Fátima para a peregrinação internacional de 12 e 13 de agosto, presidida pelo arcebispo emérito de Urgel (Espanha), Joan-Enric Vives i Sicília.
O evento, que tem como tema "Migrantes, missionários da esperança", título da mensagem do Papa Leão XIV para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, faz parte da Peregrinação Nacional do Migrante e do Refugiado. Este é o momento de maior destaque da 53.ª Semana Nacional das Migrações, que começou no dia 10 de agosto e termina no próximo domingo.
Esta quarta-feira, as celebrações religiosas começam com a procissão eucarística às 7h00, seguida da recitação do terço na Capelinha, às 9h00. A missa marca o encerramento do evento e inclui a benção dos doentes e a tradicional procissão do adeus. Já da parte da tarde é assinalado o 70.º aniversário da fundação do Museu do Santuário de Fátima, decorrendo uma visita guiada à exposição temporária e a exibição de um pequeno documentário.
O museu "tem por missão estudar e dar a conhecer a história e a memória das Aparições de Fátima e do Santuário" através da "preservação e exposição de diferentes testemunhos materiais que reportam ao tempo das Aparições e de múltiplos objetos que foram guardados ao longo das diferentes épocas da história de Fátima", declarou o templo, citado pela agência Ecclesia.
Queda do Muro de Berlim relembrada em Fátima
A queda do muro de Berlim também será relembrada na quarta-feira, no Santuário de Fátima, durante o terço e procissão das velas. Parte do muro de Berlim foi trazido para Fátima por ação de um emigrante português, tendo sido colocado no Santuário a 13 de Agosto de 1994. Este fragmento pesa 2.600 quilogramas e mede 3,60 metros.
O presidente da Peregrinação do Migrante e Refugiado a Fátima disse na terça-feira, após a procissão das velas, que é necessário defender os “direitos humanos dos migrantes” e que o acolhimento “não é uma opção política”.
“Acolher migrantes não é uma opção política; é uma exigência evangélica. Significa defender a dignidade sagrada de cada ser humano, criado à imagem de Deus. Devemos reconhecer o rosto de Cristo no migrante”, afirmou D. Joan-Enric Vives i Sicília, citado pela agência Ecclesia.
A peregrinação dos emigrantes, como é conhecida, mantém viva uma tradição com mais de 80 anos, iniciada por um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica de 17 paróquias da então Diocese de Leiria.
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