UE, Reino Unido e ONU condenam plano de expansão de colonatos na Cisjordânia

A União Europeia, o Reino Unido e as Nações Unidas opuseram-se, na quinta-feira, a um plano do governo israelita para a construção de mais de 3 mil casas em território da Cisjordânia ocupada.
O anúncio foi feito pelo ministro das finanças israelita, Bezalel Smotrich, de extrema-direita, que afirmou que a concretização do projeto "enterraria" de vez a ideia de um Estado palestiniano.
A construção ocorrerá na zona de E1, entre Jerusalém e o colonato de Maale Adumim, uma área estratégica que, segundo analistas, poderá dividir definitivamente a Cisjordânia.
Em reação à medida, Kaja Kallas, chefe da diplomacia da União Europeia, apelou a Israel para que suspendesse a construção de novos colonatos, sublinhando que o avanço do plano de colonatos E1 põe em risco a solução de dois Estados e constitui uma violação do direito internacional.
A Comissão Europeia, em conferência de imprensa, reiterou que qualquer alteração territorial fora de um acordo entre as partes envolvidas é ilegal. "Os colonatos são ilegais e devem ser interrompidos", afirmou a porta-voz da Comissão, Anitta Hipper.
Reino Unido e ONU contra o plano
O Reino Unido, através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, expressou também a sua preocupação, condenando o plano israelita e alertando para o impacto negativo que este teria nas perspetivas de paz na região.
A ONU, por sua vez, já se tinha pronunciado anteriormente, considerando os colonatos uma violação clara do direito internacional e um dos principais obstáculos à paz entre israelitas e palestinianos.
O projeto E1, que está congelado há décadas devido à oposição internacional, poderá agora avançar, separando Jerusalém Oriental do resto da Cisjordânia, dificultando a criação de um futuro Estado palestiniano. Para os críticos, a medida não só representa uma violação das resoluções internacionais, como também impede qualquer perspetiva de uma solução justa e duradoura para o conflito israelo-palestiniano.
Governo israelita e a política de colonatos
Bezalel Smotrich, ministro de extrema-direita, celebrou a aprovação do plano, que será ratificado pelo governo israelita na próxima semana. O ministro justificou o projeto como parte de uma estratégia mais ampla de "soberania" israelita sobre a Cisjordânia, que, segundo ele, vem sendo implementada desde a formação do atual governo de Benjamin Netanyahu.
Para muitos, este é mais um passo no sentido de consolidar os colonatos israelitas na Cisjordânia, um dos maiores obstáculos à concretização de uma paz duradoura na região. Com o governo de Netanyahu a adotar uma postura cada vez mais à direita, a comunidade internacional teme que as tensões aumentem e a possibilidade de um acordo de paz se torne cada vez mais remota.
A decisão de avançar com o plano de construção de colonatos em E1 representa um ponto de inflexão na política israelita, que continua a ser bastante criticada no plano internacional, enquanto as perspetivas de resolução do conflito permanecem incertas.
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