Bielorrússia e Irão concordam em cooperar na defesa

Dois dos aliados mais próximos da Rússia - a Bielorrússia e o Irão - assinaram na quarta-feira acordos para reforçar os laços bilaterais em áreas fundamentais, incluindo a defesa, informaram ambos os governos.
Os presidentes Alexander Lukashenko e Masoud Pezeshkian assinaram um pacote de 13 documentos na capital da Bielorrússia, Minsk.
Ambos os governos estão sujeitos a pesadas sanções internacionais, o que limita os potenciais parceiros comerciais.
Pezeshkian disse que o Irão ia ajudar a Bielorrússia a "neutralizar" essas medidas, citando a experiência de décadas de Teerão em contornar as restrições económicas ocidentais.
Lukashenko disse a Pezeshkian que a Bielorrússia está pronta a cooperar "em todas as questões, desde o fornecimento de alimentos até assuntos técnico-militares", apelidando o presidente iraniano de "amigo".
As duas partes não revelaram quaisquer pormenores sobre a forma como tencionam cooperar no setor da defesa.
Outras áreas abrangidas pelo acordo incluem a indústria e o turismo, bem como iniciativas conjuntas nos domínios da ciência, tecnologia e educação.
Os dois presidentes também afirmaram que vão começar a trabalhar no sentido de um tratado de parceria estratégica.
Ligação com a Ucrânia
Lukashenko, um aliado próximo do presidente Vladimir Putin, permitiu que a Rússia utilizasse o território bielorrusso como ponto de partida para a invasão da Ucrânia por Moscovo em 2022 e, mais tarde, autorizou a instalação de mísseis nucleares táticos russos.
O Irão, por sua vez, forneceu à Rússia drones, com os Shahed, para serem utilizados na guerra. Pezeshkian também assinou um tratado de cooperação estratégica com Putin em janeiro, embora este não inclua uma cláusula de defesa mútua.
A visita do presidente iraniano a Minsk foi adiada várias vezes devido aos ataques dos Estados Unidos e de Israel às instalações nucleares iranianas.
Lukashenko classificou os ataques às infraestruturas nucleares iranianas como "uma séria ameaça à estabilidade e segurança regional e internacional".
"Apoiamos o direito legítimo do Irão de desenvolver energia nuclear pacífica", defendeu Lukashenko.
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