Pelo menos 17 mortos em bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza

Pelo menos 17 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas nos bombardeamentos desta quarta-feira por parte do exército israelita (IDF) na Faixa de Gaza, de acordo com funcionários hospitalares.
Entre os locais atingidos estão o hospital pediátrico de Al-Rantisi, que foi alvo de três ataques, obrigando à retirada de cerca de 40 pacientes.
No centro de Gaza, o Hospital Al-Awda informou que um ataque israelita atingiu uma casa no campo de refugiados urbano de Nuseirat, matando três pessoas.
Dois pais e um filho também foram mortos quando um ataque atingiu a sua tenda na zona de Muwasi, a oeste da cidade de Khan Younis, segundo funcionários do Hospital Nasser, para onde os corpos foram levados.
Cerca de 500 mil palestinianos abandonaram a maior cidade do território palestiniano nas últimas horas, de acordo com os dados do exército israelita, de um total de cerca de 1 milhão de pessoas no local, segundo as estimativas das Nações Unidas (ONU).
Pensa-se que centenas de milhares de pessoas permaneceram na cidade devido ao elevado número de pessoas que saíram e que entupiram a estrada Al-Rashid, ao longo da costa mediterrânica. No entanto, os militares anunciaram que será aberta uma segunda via de saída, em Salah a-Din, a principal artéria que liga o norte e o sul de Gaza.
A estrada permanecerá transitável até ao meio-dia de sexta-feira, anunciou no X o porta-voz das IDF em língua árabe, Avichay Adraee.
As pessoas dirigem-se para a zona de Khan Younis, onde se situa a zona humanitária de Al-Mawasi, que não tem escapado aos ataques israelitas nos últimos meses.
Segundo os meios de comunicação social, a saturação dos espaços destinados aos refugiados e a falta de serviços mínimos levaram alguns residentes a regressar à cidade de Gaza.
A última operação israelita, que teve início na terça-feira, agrava ainda mais o conflito que tem agitado o Médio Oriente e, provavelmente, afasta qualquer possibilidade de cessar-fogo.
As forças armadas israelitas, que afirmam querer destruir as infraestruturas militares do Hamas, não deram um calendário para a ofensiva, mas havia indicações de que poderia demorar meses.
Entretanto, a União Europeia (UE) anunciou o seu plano mais duro até à data para pressionar Israel a pôr termo à ofensiva em Gaza.
As sanções incluem o aumento dos direitos aduaneiros sobre alguns produtos israelitas e a imposição de sanções a 10 líderes do Hamas, aos colonos israelitas e a dois ministros do governo de Netanyahu.
A UE é o maior parceiro comercial de Israel e as tarifas podem ter efeitos significativos na economia do país. O ministro isarelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, prometeu que Israel resistirá à campanha europeia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, afirmou que o seu país irá trabalhar com a Noruega "para colocar um fundo em cima da mesa" para ajudar a compensar o governo palestiniano na Cisjordânia pelas receitas fiscais retidas por Israel.
"Israel está a tentar aniquilar a ideia e a possibilidade de um Estado palestiniano com bombas em Gaza, num verdadeiro massacre", disse Albares durante uma visita ao Egito.
Em fevereiro de 2024, a Noruega declarou que iria transferir para a Autoridade Palestiniana (AP), que governa a Cisjordânia, fundos fiscais que estavam congelados há meses devido a uma disputa com Israel.
Israel cobra impostos e direitos alfandegários em nome da AP. Após o ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1200 pessoas e desencadeou a ofensiva em Gaza, Israel tem-se recusado periodicamente a efetuar as transferências, tendo o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, afirmado que os fundos estavam a apoiar o terrorismo.
Entretanto, o Papa Leão XIV expressou a sua "profunda" solidariedade com os palestinianos e exigiu que Israel respeitasse o direito humanitário internacional.
"Perante o Senhor Todo-Poderoso que ordenou 'Não matarás' e perante toda a história da humanidade, cada pessoa tem sempre uma dignidade inviolável que deve ser respeitada e protegida", afirmou o pontífice na quarta-feira.
O primeiro Papa nascido nos Estados Unidos foi interrompido por aplausos quando se referiu a Gaza no final da sua audiência geral semanal.
Convidou todos a juntarem-se aos seus apelos a um cessar-fogo, à libertação dos reféns, a uma solução diplomática para o conflito e ao "pleno cumprimento do direito internacional humanitário".
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