Israel assinala dois anos dos atentados de 7 de outubro do Hamas com cerimónias solenes

Os israelitas reuniram-se na segunda-feira para assinalar o segundo aniversário dos mortíferos ataques de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas invadiram o sul de Israel a partir de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas e levando 251 outras para a Faixa de Gaza como reféns.
Na segunda-feira, algumas famílias enlutadas, amigos e sobreviventes assinalaram o dia deslocando-se ao local do festival de música Nova, onde quase 400 israelitas foram mortos.
Como a data coincide com o feriado judaico de Sukkot, não houve cerimónia oficial no local, o entanto, muitas pessoas prestaram a sua homenagem às vítimas do atentado, junto às suas fotografias no local.
Às 6h29, hora exata em que começou o ataque do Hamas no festival, as pessoas pararam para um minuto de silêncio.
Sobreviventes vivem este dia todos os dias
Alon Muskinov, 28 anos, que estava presente e perdeu três dos seus amigos mais próximos nesse dia, ainda hoje revisita aquele dia e as memórias são ainda muito nítidas. "Estamos a reviver isto todos os dias; todos os dias nos lembramos deles", disse.
Num evento solene em Telavive, Shay Dickmann, cuja tia foi morta no Kibbutz Be'eri a 7 de outubro e cujo primo morreu mais tarde como refém do Hamas, afirmou que a guerra em Gaza devia terminar.
"Há um acordo em cima da mesa, há uma oportunidade para acabar com esta guerra e trazer toda a gente de volta a casa", disse, referindo-se aos 48 reféns que permanecem em cativeiro do Hamas em Gaza, cerca de 20 dos quais se pensa que ainda estão vivos.
"Todos nós merecemos. Os nossos vizinhos merecem, queremos que esta guerra acabe e que todos regressem às suas casas", concluiu.
Também o ex-refém Eli Sharabi, libertado após quase 500 dias em cativeiro, que perdeu a mulher filha e irmão, fez uma partilha referindo este dia como o dia em que a sua "vida tranquila e feliz se transformou num inferno". Eli disse também ser necessária "uma realidade diferente".
"Sofremos o suficiente, merecemos uma realidade diferente. Queremos começar a curar as nossas feridas. E vocês devem estar a perguntar-se por que escolhi estas fotos e esta música... É assim que quero que se lembrem do meu irmão Yossi, da minha esposa e das minhas filhas incríveis, que em paz descansem, e porque estou realmente otimista de que tudo ficará bem, que todos voltarão para casa ainda hoje!", pode ler-se na sua publicação.
Negociações de paz a decorrer
Enquanto os israelitas homenageiam as vítimas dos ataques, as conversações de paz entre Israel e o Hamas tiveram início na estância egípcia de Sharm el-Sheikh.
As discussões em torno do plano de paz do presidente dos EUA, Donald Trump, deverão incluir questões sensíveis como a retirada de Israel de Gaza e o desarmamento do Hamas.
A guerra de dois anos contra o Hamas devastou a Faixa de Gaza e deslocou centenas de milhares de palestinianos, muitos dos quais lutam para encontrar abrigo e comida no meio de uma grave escassez.
Até à data, a ofensiva israelita na Faixa de Gaza causou cerca de 66 mil mortes de palestinianos, segundo o ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas, que não distingue entre civis e combatentes na sua contagem.
As autoridades israelitas têm contestado repetidamente estes números. Israel perdeu cerca de 900 soldados desde 7 de outubro de 2023.
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