Viktor Orbán considera que Trump cometeu erro com sanções contra Moscovo
Viktor Orbán acredita que Donald Trump cometeu um erro com as sanções aplicadas à Rússia mas diz que irá falar com o presidente "para que sejam levantadas". O primeiro-ministro húngaro deu uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica, por ocasião da sua visita a Itália e ao Vaticano.
Em declarações à imprensa italiana após a audiência com o Papa, o primeiro-ministro húngaro afirmou que irá visitar Washington em breve para se encontrar com Trump e que grande parte da discussão irá centrar-se na forma de construir um sistema energético que sirva a economia húngara de forma sustentável.
O encontro não é uma coincidência, uma vez que membros do governo húngaro têm afirmado repetidamente que o fornecimento de energia à Hungria só pode ser feito através do petróleo e do gás russos, mas muitos analistas dizem que isso não é verdade e que Trump não vê com bons olhos que um Estado-membro da NATO engorde a arca de guerra russa comprando petróleo e gás russos.
Orbán disse à imprensa italiana que, do ponto de vista húngaro, Trump cometeu um erro com as sanções. "Vamos tentar encontrar uma saída, especialmente para a Hungria", afirmou.
Quando questionado sobre o que iria discutir com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, Orbán respondeu que seria sobre o futuro da economia europeia, uma vez que a Europa pouco pode fazer em relação à guerra na Ucrânia, pois "deixámos isso para os americanos e os russos", e a Europa ficou completamente fora de cena.
Devido ao fracasso da cimeira Trump-Putin, prevista para acontecer em Budapeste, a Casa Branca impôs sanções às duas maiores empresas petrolíferas russas, a Rosneft e a Lukoil.
Trump já havia ameaçado Moscovo com sanções caso não fossem tomadas medidas em prol da paz na Ucrânia, mas até agora não havia sancionado a Rússia diretamente, visando apenas alguns países compradores de petróleo russo, por isso a decisão da semana passada foi surpreendente. Trump anunciou numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que tinha "chegado a hora"das sanções.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, estas medidas podem agravar as relações entre Moscovo e Washington.
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