Maduro envia SOS a Putin: Kremlin admite contactos enquanto os EUA continuam a armar nas Caraíbas
O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, admitiu no domingo que Moscovo mantém comunicações com a Venezuela, quando questionado sobre as notícias de um possível pedido de ajuda de Nicolas Maduro a Vladimir Putin.
"Estamos em contacto com os nossos amigos venezuelanos", disse Peskov à agência TASS, sem confirmar diretamente o pedido, mas sublinhando que os dois países estão vinculados por "obrigações contratuais".
Segundo o The Washington Post, o líder venezuelano pediu apoio não só à Rússia, mas também à China e ao Irão, a fim de reforçar as defesas do seu país face à pressão crescente dos Estados Unidos.
Este pedido surge no contexto do acordo de parceria estratégica que a Rússia e a Venezuela assinaram em maio passado, durante a visita de Maduro a Moscovo. No início desta semana, o Kremlin reiterou o seu apoio à Venezuela face às ameaças "actuais e potenciais" de Washington.
EUA reforçam presença militar nas Caraíbas
A situação tornou-se consideravelmente mais tensa após a notícia de que os Estados Unidos estão a realizar o seu maior destacamento militar nas Caraíbas desde a primeira Guerra do Golfo.
De acordo com um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) e com relatos de jornalistas do sector da defesa, Washington vai enviar para a região, nos próximos dias, um total de 13 tropas navais:
- Oito navios de guerra.
- Três navios anfíbios.
- Um submarino.
A informação publicada esta sexta-feira vai ainda mais longe, com meios de comunicação como o Miami Herald e o 'The Wall Street Journal' a afirmarem, citando fontes próximas do governo Trump, que os Estados Unidos se preparam para bombardear instalações militares dentro da Venezuela a qualquer momento. Estas notícias alimentam os receios de uma possível ofensiva contra o governo de Maduro, embora o próprio Donald Trump tenha negado publicamente essa possibilidade.
Maduro denuncia os planos de Washington
Nicolás Maduro tem repetidamente denunciado que o objetivo dos Estados Unidos é destituí-lo do poder. O líder venezuelano apelou a Washington para que renunciasse a quaisquer planos militares contra o seu país, num contexto de crescente isolamento internacional e pressão diplomática.
A confirmação dos contatos do Kremlin com Caracas acrescenta uma nova dimensão geopolítica à crise, com a Rússia, potência nuclear e rival estratégica dos EUA, a posicionar-se ao lado do regime de Maduro num momento crítico para a estabilidade regional.
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