Como o exército está a trabalhar nas zonas afetadas pela DANA: "O maior destacamento do século"
Trata-se da maior operação alguma vez lançada pelas Forças Armadas espanholas num período de paz. O exército está destacado em Valência há duas semanas para ajudar as pessoas afetadas pelas cheias. Todos os esforços estão agora concentrados na procura dos corpos dos desaparecidos.
Horas antes de receber a visita do Rei Felipe VI, que esta terça-feira se deslocou pela segunda vez ao local, desta vez para visitar os militares destacados, o capitão do Exército Aéreo e Espacial, Juan Enrique Cortés, fala à "Euronews" a partir da zona afetada.
"É uma situação única na história de Espanha devido à sua magnitude, bem como ao número de pessoas desaparecidas e mortas", diz Cortés. Antonio Diosdado, porta-voz da Unidade Militar de Emergência, que está a coordenar toda a operação, concorda. "É o maior destacamento militar para a maior catástrofe num século e estamos a concentrar-nos na busca dos desaparecidos", disse Diosdado.
Esta busca incessante está a ser realizada 24 horas por dia e com todos os meios possíveis. "Usamos barcos, mas também estamos a trabalhar lado a lado com equipas de mergulho, unidades caninas e até drones", explicou.
A força aérea enviou meios substanciais para Valência. São mais de 630 pessoas de 20 unidades de diferentes partes de Espanha. O seu comandante diz que o principal objetivo "é procurar pessoas desaparecidas tanto em zonas urbanas como rurais", a fim de as encontrar o "mais rapidamente possível".
Para além dos aviões e helicópteros, existem drones. "Temos vários que são utilizados para reconhecimento de áreas e para chegar a zonas inacessíveis por terra", explica, razão pela qual a coordenação entre a Unidade Militar de Emergência e a Força Aérea é essencial.
Rei Felipe VI visita Valência
Esta terça-feira as forças militares no terreno receberam a visita do chefe de Estado. Depois da tensão que a sua anterior visita gerou entre os habitantes locais, agora o monarca veio apoiar os soldados destacados.
"É um motivo de orgulho que ele venha visitar-nos", afirma o porta-voz da UME. Por seu lado, o capitão Cortés considera uma grande oportunidade poder encontrar-se com Felipe VI e diz que é de vital importância para ele ouvir em primeira mão como é a situação dos soldados no local.
Mas o que realmente deixa as Forças Armadas orgulhosas são as expressões de afeto e gratidão de muitos dos habitantes locais. Antonio Diosdado não quis deixer de "agradecer-lhes o tratamento que nos dão e o que fazem por si próprios: pessoas de uma cidade que estão a melhorar pouco a pouco vão a outra cidade ajudar os seus vizinhos".
"As pessoas estão realmente empenhadas em nós", explica Cortés. "Estamos a receber carinho da população, desenhos das crianças ou café dos vizinhos quando estamos a trabalhar. Tudo isto encoraja-os a continuar a trabalhar para tentar que as coisas voltem à normalidade".
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