Oito pessoas detidas por suspeita de conspiração para matar Procurador-Geral de Bruxelas

Oito pessoas foram detidas na Bélgica em rusgas na madrugada de terça-feira, relacionadas a um presumível plano para assassinar o Procurador-Geral de Bruxelas, segundo as autoridades.

As detenções foram efetuadas após buscas em 18 casas em Bruxelas e na cidade vizinha de Lovaina, informou o Ministério Público belga.

As rusgas foram o culminar de uma investigação de quatro meses sobre informações relativas a uma conspiração para matar o Procurador-Geral de Bruxelas, Julien Moinil, segundo o departamento.

"Os principais suspeitos parecem ter antecedentes criminais ligados ao tráfico organizado de estupefacientes e podem ser activos no seio da máfia criminosa albanesa", declarou em comunicado.

Os suspeitos estão atualmente a ser interrogados e um juiz de instrução decidirá se continuarão detidos.

"Nesta fase, não é possível confirmar nem excluir a hipótese de um atentado contra o procurador-geral", declarou a procuradora federal Ann Fransen.

Fransen afirmou ainda que é necessária uma melhor proteção aos agentes da polícia e aos magistrados que "lutam incansavelmente contra o crime organizado todos os dias e que, por isso, se encontram na mira dessas organizações".

Moinil, que assumiu o cargo em janeiro, foi colocado sob proteção policial em julho, depois de ter recebido ameaças graves de traficantes de droga que operam em Bruxelas.

Nos últimos anos, a capital belga tem sido assolada por tiroteios e violência ligados a bandos de traficantes de droga, acreditando-se que dezenas de redes criminosas operam na cidade.

Até ao final de outubro, tinham sido registados 78 tiroteios em 2025. No ano passado, registaram-se 92 tiroteios, com nove mortos e 48 feridos, segundo os dados da polícia.

Durante uma conferência de imprensa no verão, Moinil afirmou que todos estão em risco em Bruxelas.

"Qualquer pessoa, qualquer habitante de Bruxelas e qualquer cidadão podem ser atingidos por uma bala perdida", afirmou, apelando a uma ação coordenada contra os gangs.

Moinil disse que eram necessários mais recursos para combater melhor o tráfico de drogas e a violência associada, e culpou os políticos por não abordarem a questão.

Embora o gabinete do procurador tenha sido reforçado com mais magistrados, a polícia judiciária federal de Bruxelas continua a enfrentar uma grande falta de pessoal, afirmou.

Em setembro, o ministro da Defesa, Theo Francken, anunciou planos para enviar soldados às ruas da capital belga para combater a criminalidade não relacionada com o terrorismo, nomeadamente em operações de combate ao tráfico de drogas.