Kremlin desmente notícias de divórcio do casal Assad
O Kremlin desmentiu as informações segundo as quais Asma al-Assad, mulher do antigo Presidente sírio Bashar al-Assad, teria apresentado um pedido de divórcio na Rússia. As alegações, divulgadas pelos meios de comunicação turcos e árabes, foram rejeitadas pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante uma conferência de imprensa, que afirmou: "Não, não correspondem à realidade".
Peskov negou igualmente as notícias que sugeriam que Assad tinha sido confinado a Moscovo e que os seus bens tinham sido congelados.
A família Assad fugiu da Síria a 8 de dezembro, procurando refúgio na capital russa, depois de os rebeldes terem derrubado o regime de longa data do presidente sírio. Os meios de comunicação social turcos afirmam que Asma al-Assad, nascida no Reino Unido, quis pôr fim ao seu casamento e deixar a Rússia.
A Rússia desempenhou um papel fundamental no apoio à Síria durante a guerra civil, que começou em 2011, intervindo militar e diplomaticamente em várias ocasiões.
Embora Asma al-Assad tenha dupla nacionalidade sírio-britânica, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, declarou no início deste mês, durante um discurso parlamentar: "Quero que seja confirmado que ela é um indivíduo sancionado e não é bem-vinda aqui no Reino Unido". Acrescentou ainda que iria fazer "tudo o que estiver ao seu alcance" para garantir que nenhum membro da família Assad "encontre um lugar no Reino Unido".
O primeiro-ministro Keir Starmer reconheceu a preocupação com as acções da ex-primeira-dama, mas sublinhou a necessidade de uma análise jurídica mais aprofundada antes de se poder tomar qualquer medida relativamente à sua cidadania.
Os meios de comunicação social turcos sugeriram que a antiga primeira-dama, nascida em Londres em 1975, queria regressar a Londres e que a família está a viver em condições rigorosas na capital russa.
Asma al-Assad, que fez carreira no sector bancário antes de se casar com Bashar al-Assad em 2000, foi em tempos retratada como uma figura moderna e progressista. No início da presidência do seu marido, esteve envolvida em ações de solidariedade e iniciativas de reforma.
No entanto, a sua imagem mudou radicalmente com o desenrolar da guerra civil síria. Inicialmente vista como um símbolo de um rosto mais amigo do Ocidente, a sua reputação ficou manchada com a repressão brutal dos movimentos da oposição e com as violações generalizadas dos direitos humanos.
Continuou a ser uma figura pública proeminente, defendendo frequentemente as ações do marido e mantendo a lealdade ao regime.
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