Trump e Netanyahu reúnem-se na Florida para promover a segunda fase do cessar-fogo em Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, têm um encontro marcado para segunda-feira, numa altura em que Washington pretende dar um novo impulso ao cessar-fogo em Gaza, que corre o risco de estagnar antes de uma segunda fase complicada.
A reunião está marcada para a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Florida, onde se espera que Trump aproveite a sua forte relação com Netanyahu, que tem sido acusado de não pressionar para que o processo avance suficientemente rápido.
A tentativa inicial de Trump de cessar-fogo entre Israel e o Hamas tem-se mantido, mas os progressos têm abrandado recentemente. Embora ambas as partes se acusem mutuamente de violar o cessar-fogo, a pressão internacional é maioritariamente dirigida a Telavive. Existem também divisões entre os EUA, Israel e os países árabes quanto ao caminho a seguir.
A primeira fase desta iniciativa começou em outubro, por volta do segundo aniversário do ataque de 7 de outubro liderado pelo Hamas. A segunda fase envolve o plano de 20 pontos de Trump, que é muito mais complexo. O plano, já aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, apresenta uma visão ambiciosa para acabar com o domínio do Hamas em Gaza.
Outros temas não relacionados com Gaza, incluindo o Irão, poderão também fazer parte da lista de discussão. Trump continua a insistir que as capacidades nucleares de Teerão foram "completa e totalmente destruídas" na sequência dos ataques dos EUA às suas instalações nucleares em junho. No entanto, Netanyahu insiste que a ameaça permanece e insiste em mais ataques.
Porque é que a segunda fase é complexa?
A segunda fase prevê a reconstrução de uma Gaza desmilitarizada sob a supervisão internacional de um grupo presidido por Trump e conhecido como o "Conselho da Paz".
Os palestinianos formariam um comité "tecnocrático e apolítico" para gerir os assuntos quotidianos em Gaza, sob a supervisão do Conselho da Paz.
O acordo apela ainda à normalização das relações entre Israel e o mundo árabe, e a uma possível via para a independência da Palestina. No entanto, há questões logísticas e humanitárias difíceis, incluindo a reconstrução da Gaza devastada pela guerra, o desarmamento do Hamas e a criação de um aparelho de segurança denominado "Força Internacional de Estabilização".
O Conselho da Paz supervisionaria a reconstrução de Gaza sob um mandato de dois anos renovável da ONU. Os seus membros deverão ser nomeados até ao final do ano e poderão ser revelados após a reunião de segunda-feira, mas o anúncio poderá ser adiado para o próximo mês.
A última reunião acontece depois do enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e o genro do presidente, Jared Kushner, se terem reunido recentemente na Florida com funcionários do Egito, Qatar e Turquia, que têm mediado o cessar-fogo.
Netanyahu foi o primeiro líder estrangeiro a encontrar-se com Trump na Casa Branca durante o segundo mandato de Trump, mas este será o primeiro encontro pessoal desde que Trump se deslocou a Israel em outubro para assinalar o início da fase inicial do cessar-fogo.
Netanyahu já visitou Mar-a-Lago antes, incluindo em julho de 2024, quando Trump ainda estava a tentar a reeleição.
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