Realizador de "Emilia Pérez" semeia a polémica: "O espanhol é uma língua de pobres"
Nem uma má interpretação das palavras, nem uma má tradução. Jacques Audiard, realizador do filme "Emilia Pérez" (nomeado para 13 Óscares 2025), provocou bolhas entre o público latino-americano (especialmente no México) por um filme que descrevem como cheio de estereótipos. Se é verdade que o francês pediu desculpa por esta questão, tornou-se viral um vídeo com declarações que fez a 21 de agosto para o website "Konbini", em que desqualifica a língua espanhola.
"O espanhol é uma língua dos países emergentes, uma língua dos países modestos, dos pobres e dos migrantes", disse Audiard na altura. Se é verdade que a intenção do realizador pode não ter sido ofensiva, não deixa muito espaço para pensar que foi bem intencionada.
Sheinbaum: "Não acreditamos na censura"
A presidente mexicana salientou que, retirando os estereótipos mostrados no filme e sem ser uma pessoa dada à censura, o México é conhecido mundialmente pela história e riqueza cultural que apresenta.
"Não acreditamos na censura, acreditamos na liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo cabe-nos a nós, e está a acontecer, reconhecer o México pela sua história, pela sua cultura e pelas suas tradições. Cabe-nos a nós continuar a promover o México como aquilo que somos: uma potência cultural", afirmou a partir do Palácio Nacional. "Este turismo não existiria se houvesse uma imagem negativa do México. Nós, mexicanos, estamos muito orgulhosos da nossa nacionalidade, de quem somos".
O filme conta a história de uma traficante de droga conhecida como "Manitas"(Karla Sofía Gascón) que aspira a tornar-se uma mulher respeitada. A transição para o género feminino e a sua reconversão de pecados passados impulsionam um argumento e uma cinematografia que lhe valeram 13 nomeações para os mais importantes prémios de cinema, empatando com filmes como "O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel" ou "Forrest Gump", e atrás de produções como "La La Land" ou "Titanic", que receberam 14 no total.
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