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Europa fica de fora enquanto EUA e Rússia preparam conversações no Alasca

• Aug 12, 2025, 5:40 AM
4 min de lecture
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De acordo com Alberto Alemanno, professor de Direito Comunitário, a exclusão da Europa da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, significa que o velho continente fica à margem de uma reunião fundamental para a sua segurança.

O encontro no Alasca será a primeira reunião presencial entre os presidentes dos EUA e da Rússia desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas não está prevista a presença de líderes europeus, o que levanta questões sobre o peso da diplomacia da União Europeia (UE) na cena mundial. Para Alemanno, professor de Direito Comunitário na HEC, em Paris, este é um sinal claro de que a Europa está a ser deixada de lado.

"A reunião do Alasca pode representar mais um momento de verdade para a Europa, uma vez que a União Europeia se encontra à margem do que poderá ser o esforço de paz mais importante desde o início da guerra, com Trump e Putin a reunirem-se sem que nenhum líder europeu tenha sido oficialmente convidado para a mesa de negociações", afirmou Alemanno.

O especialista acrescentou que a Europa está agora a concentrar esforços na obtenção de um lugar à mesa de negociações para o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy. Mas as recentes ameaças dos Estados Unidos de retirarem o financiamento dos esforços de defesa da Ucrânia tornam a Europa cautelosa e conciliadora, sublinhou.

"A UE parece não ter poder para convidar os EUA a serem convidados ou ouvidos, simplesmente porque ouvimos o vice-presidente Vance dizer que os EUA estão dispostos a desistir do seu apoio à Ucrânia, a menos que a União Europeia intervenha. De certa forma, os líderes europeus estão presos entre a espada e a parede. Se mostrarem demasiado empenhamento em relação à Ucrânia, podem acabar por ficar sozinhos, mas se deixarem passar a situação, a Ucrânia vai ter um péssimo negócio", declarou.

Dependência da Europa em relação aos EUA para a defesa torna-a vulnerável

Alemanno acrescentou que a Europa aceita a subjugação com o objetivo de obter garantias de segurança de Trump.

"Isto é extremamente complicado e frustrante para milhões de europeus que gostariam de ver os seus líderes europeus falarem mais alto em vez de aceitarem, mais uma vez, mais imposições, mais intimidações, mais subjugação a esta administração dos EUA num momento em que esta negociação poderia remodelar fundamentalmente a segurança europeia sem uma contribuição europeia significativa".

Jacob Kirkegaard, especialista do grupo de reflexão Bruegel, concorda que a Europa está a pagar o preço da sua relativa fraqueza em matéria de defesa.

"Estamos a pagar o preço da nossa incapacidade de nos defendermos e da nossa incapacidade de apoiar adequadamente a Ucrânia. E isso significa que, quando não se tem poder efetivo, não se é convidado para esta reunião", disse Kirkegaard.

Acordo EUA-Rússia precisa da aprovação da Europa

Kirkegaard notou que, mesmo que Trump e Putin cheguem a um acordo, este não pode ser implementado contra a vontade da Ucrânia e da Europa. Kirkegaard disse ainda que qualquer acordo que possa prejudicar os interesses de segurança da Europa prejudicaria a NATO.

Para Kierkegaard, se os EUA - como principal potência de segurança da NATO - assinarem um acordo vantajoso para o antagonista militar direto da NATO, a Rússia, "então a NATO está morta, acabada... está enterrada e acabou".

"O nosso problema é que não somos capazes... de dissuadir a Rússia sozinhos", salientou.

Antes das conversações, Donald Trump afirmou que um acordo de cessar-fogo poderia envolver a troca de territórios entre a Ucrânia e a Rússia, uma sugestão rejeitada por Zelenskyy e fortemente combatida pelos líderes europeus numa declaração emitida no domingo.

A principal diplomata da UE, Kaja Kallas, convocou uma reunião virtual informal e rápida dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE na segunda-feira para discutir a situação.


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