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Líderes europeus esperam influenciar Trump sobre a Ucrânia durante reunião virtual

• Aug 13, 2025, 5:40 AM
9 min de lecture
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Os líderes europeus realizam esta quarta-feira uma reunião virtual com Donald Trump para tentar garantir que o presidente dos EUA compreende verdadeiramente o que está em jogo para o continente antes de se encontrar com Vladimir Putin no final desta semana, mas os especialistas duvidam que sejam bem-sucedidos.

Trump e o vice-presidente JD Vance participam numa reunião convocada pelo chanceler alemão Friedrich Merz ao início da tarde, que incluirá também o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, e os líderes da Finlândia, França, Itália, Polónia e Reino Unido, assim como o secretário-geral da NATO e os líderes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu.

Merz, Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer presidirão depois a uma reunião da chamada "coligação dos dispostos", com início previsto para as 15h30 (hora de Lisboa), segundo a imprensa.

"Congratulamo-nos com os esforços do presidente Trump para alcançar a paz na Ucrânia, uma paz que seja justa e duradoura e que respeite a soberania e a integridade territorial. Nesse sentido, estamos a trabalhar com a Ucrânia para garantir que isso seja tido em conta na reunião de sexta-feira", disse um porta-voz da Comissão Europeia aos jornalistas na terça-feira.

"O que estamos a fazer agora é reiterar os nossos pontos de vista sobre o que deve ser uma paz justa e duradoura para a Ucrânia e que qualquer decisão sobre a Ucrânia pode ser tomada com a Ucrânia à mesa", acrescentou Arianna Podestà.

Europa vista por Trump e Putin como "irrelevante"

Zelenskyy não deverá participar na cimeira que se realiza no Alasca a 15 de agosto, entre os presidentes dos EUA e da Rússia. Trump disse aos jornalistas na segunda-feira que, "por respeito, telefonar-lhe-ia primeiro" após o fim das conversações.

O anúncio, na semana passada, da realização de uma cimeira levou a uma vaga de contactos diplomáticos na Europa, com receio de que os interesses da Ucrânia e de todo o continente fossem espezinhados na tentativa de um acordo rápido.

Os líderes da UE - exceto a Hungria - reiteraram numa declaração conjunta, na terça-feira, que não é possível chegar a um acordo sem a Ucrânia à mesa. Os dirigentes europeus afirmaram ainda que "as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força", rejeitando assim a proposta de cessar-fogo de Putin para negociar os territórios ucranianos de Donetsk e Luhansk.

"Incapazes de trazer muito para as negociações, os líderes europeus têm sido relegados para a margem, com a UE a ser vista por Trump e Putin como irrelevante", disse à Euronews Neil Melvin, diretor de Segurança Internacional do Royal United Services Institute (RUSI).

"Os líderes europeus podem informar Trump sobre as suas ideias e os EUA vão informá-los sobre os resultados da cimeira, mas a Europa está numa posição em que os resultados do conflito na Ucrânia estão a ser negociados por cima da sua cabeça e os líderes do continente são, essencialmente, observadores", acrescentou.

O telefonema com Trump e Vance é uma última tentativa, antes da cimeira, para fazer passar este ponto de vista antes da reunião no Ártico.

Trump trata acordo de paz como uma "transação imobiliária"

Uma das questões centrais para os europeus, disse Ian Bond à Euronews, é que Trump parece estar a tratar um possível acordo de paz na Ucrânia "como uma transação imobiliária".

"Ele não compreende que parte do território no leste da Ucrânia que Putin cobiça seria vital para a defesa da Ucrânia quando (e é 'quando' e não 'se') a Rússia retomar a sua agressão e tentar tomar mais território ucraniano", acrescentou o diretor-adjunto do Centro para a Reforma Europeia (CER). Além disso, os recentes comentários de Trump "mostraram que ele ainda culpa Zelenskyy pela guerra, apesar de a Rússia ter sido o agressor".

A participação de Vance é também "significativa", disse à Euronews Majda Ruge, membro sénior do Conselho Europeu de Relações Externas (ECFR), "porque a sua posição está mais longe daquela que os europeus esperam que o presidente Trump aceite".

Vice-presidente dos EUA JD Vance com o chefe da diplomacia do Reino Unido David Lammy
Vice-presidente dos EUA JD Vance com o chefe da diplomacia do Reino Unido David Lammy AP Photo/Kin Cheung

O vice-presidente dos EUA disse à Fox News, no domingo, que os EUA estão "fartos de financiar o negócio da guerra na Ucrânia. Queremos chegar a uma solução pacífica para este assunto". "Se se preocupam tanto com este conflito, deveriam estar dispostos a desempenhar um papel mais direto e substancial no financiamento desta guerra", acrescentou.

A UE e os Estados-membros são os maiores contribuintes para a defesa da Ucrânia, através da assistência financeira, humanitária e militar ao país devastado pela guerra, desde o início da invasão total da Rússia no final de fevereiro de 2022.

"O vice-presidente dos EUA está empenhado em melhorar as relações dos EUA com a Rússia e vê a necessidade de um compromisso com o presidente russo, Vladimir Putin. Por conseguinte, é mais provável que defenda uma posição que implique maiores concessões por parte da Ucrânia do que as que o Presidente Zelenskyy ou os líderes europeus gostariam de ver", acrescenta Ruge.

Poderão os líderes europeus influenciar Trump?

Os líderes europeus presentes na reunião com Trump irão depois informar os seus homólogos envolvidos na chamada "coligação dos dispostos".

O grupo, liderado pela França e pelo Reino Unido, foi formado em março, na sequência do descongelamento inicial das relações entre Washington e Moscovo, para discutir as garantias de segurança que a Europa poderia oferecer no caso de um acordo de paz. Esta será a sua sétima reunião.

Até à data, concordaram com a criação de uma "Força Multinacional para a Ucrânia", na sequência de visitas de reconhecimento dos chefes militares ao país, para "reforçar a capacidade da Ucrânia de regressar à paz e à estabilidade", e com a criação de um quartel-general em Paris.

"Até ao momento, a coligação de interessados não tem estado particularmente disposta a agir. A sua atenção tem-se concentrado na preparação para apoiar um acordo de paz que nunca foi provável enquanto os objectivos de guerra de Putin se mantiverem inalterados", opinou Bond.

"Mas o que a Ucrânia precisa atualmente é de uma coligação disposta a ajudá-la antes da cessação das hostilidades - para exercer pressão suficiente sobre as forças russas para que Putin seja incentivado a parar de lutar e a fazer concessões. Atualmente, não há sinais dessa coligação", acrescentou.

O agrupamento em si, disse Melvin, "é um sinal de que as principais instituições da comunidade euroatlântica são agora incapazes de fornecer as soluções políticas e de segurança de que a Europa precisa", devido ao facto de a UE e a NATO funcionarem principalmente com base no consenso.

Se os esforços da Europa para atrair Trump para a sua causa terão ou não resultado, é algo que só ficaremos a saber no Alasca, na sexta-feira.

A troca de impressões terá sido bem-sucedida se Trump "enfrentar Putin no Alasca, reforçar a posição militar de Zelenskyy e se juntar aos europeus no aumento da pressão das sanções contra a Rússia", diz Bond, advertindo, no entanto, que "parece improvável que a reunião atinja qualquer um destes resultados", tendo em conta os recentes comentários dos responsáveis norte-americanos.

"Talvez o melhor que possamos esperar é que Putin se exceda de tal forma que até Trump ache impossível aceitar as suas propostas", acrescenta.


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