Incêndio em Arganil alastra a outros concelhos e é a situação mais preocupante

Às primeiras horas da manhã, existem quatro grandes incêndios a lavrar no território de Portugal continental. Quase dois mil operacionais encontram-se no terreno para travar as ocorrências em curso com destaque para o incêndio no concelho e Arganil. Com mais de 800 operacionais e 270 viaturas no local, o fogo que começou em Piódão é o que mais preocupações reúne após se ter alastrado para outros concelhos como Oliveira do Hospital, Seia (Guarda) e Pampilhosa da Serra levando mesmo à evacuação preventiva de alguns locais.
As chamas forçaram a deslocação de cerca de 55 pessoas nos concelhos de Arganil e Seia, mas sem danos nas habitações. Segundo o presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro, estas pessoas foram reunidas na Casa do Povo de Vide.
O incêndio que lavra no concelho de Trancoso há vários dias mobilizava, às 6:50, cerca de 470 operacionais no terreno, apoiados por 150 viaturas, segundo dados da Proteção Civil. As chamas continuam a lavrar no distrito da Guarda, preocupando tanto bombeiros como a população. O fogo que se alastrou aos concelhos de Fornos de Algodres, Aguiar da Beira e Celorico da Beira já consumiu quase 14 mil hectares de terreno.
Em Sátão, no distrito de Viseu, as chamas mobilizam, à mesma hora, cerca de 420 operacionais e 130 viaturas. A Proteção Civil aponta ainda para um incêndio em Cinfães, que mobilizava às 6:50, 90 operacionais e cerca de 20 meios terrestres.
Já os grandes incêndios de Vila Real e Tabuaço entraram em fase de resolução durante a noite, mantendo, por esta altura, vários meios no local de forma a evitar reacendimentos.
Ajuda ainda internacional ainda não é opção. "Fá-lo-emos quando for preciso", diz Montenegro
Apesar dos incêndios em curso e dos milhares de hectares de área ardida, Luís Montenegro diz que não ainda altura de acionar mecanismos de ajuda internacional, apesar de não descarta a hipótese de o fazer.
"Quando for preciso, quando as circunstâncias o motivarem, fá-lo-emos. Isso obedece a critérios que são de natureza técnica e operacional, que terão de ser atendidos", afirmou, em declarações à CNN Portugal, em Faro. "Não temos nenhuma objeção a fazê-lo, quando tiver de ser feito; mas também não o vamos fazer nas alturas em que não for tecnicamente adequado", reforçou.
Já Marcelo Rebelo de Sousa, que jantou ontem com o primeiro-ministro português, alertou para um possível agravamento da situação já na sexta-feira, afirmando que será "particularmente preocupante" olhando às condições meteorológicas que, segundo o presidente da República, poderão ser propícias "à permanência e ao agravamento do ponto de vista dos incêndios".
Numa declaração ao país, o presidente da República destacou o papel das condições meteorológicas nos incêndios das últimas semanas, reforçando que estas "são partilhadas" com outros países europeus, como Espanha, que também se encontra a braços com violentos incêndios.
Portugal está até sexta-feira em alerta devido ao perigo de incêndio. Esta quinta-feira o combate aos fogos no terreno também não será fácil devido ao intenso calor que se continuará a fazer sentir no território português.
Há 10 distritos sob aviso laranja: Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Setúbal, Évora e Beja. Os restantes distritos estão sob aviso amarelo. As temperaturas podem chegar aos 40 graus em alguns locais.
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