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Meloni também vai a Washington pedir garantias de segurança para a Ucrânia

• Aug 17, 2025, 4:01 PM
6 min de lecture
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Na véspera da aguardada cimeira em Washington entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump, a posição do primeiro-ministro italiano Giorgia Meloni, embora pragmaticamente cautelosa, é de apoio concreto à segurança ucraniana. Meloni expressou uma satisfação moderada com os vislumbres diplomáticos abertos após o recente encontro entre Trump e Putin no Alasca, mas também reiterou que "só a Ucrânia pode discutir as condições e o seu território", delineando os limites de um possível acordo.

O primeiro-ministro referiu-se à proposta italiana, amadurecida nos últimos meses, de estender à Ucrânia garantias colectivas inspiradas no artigo 5 da NATO, sem a sua adesão formal. Uma fórmula que tem atraído a atenção internacional e que, segundo Meloni, seria mais sustentável do ponto de vista diplomático do que o empenhamento direto de tropas europeias. A proposta também despertou interesse entre os parceiros europeus, em primeiro lugar Macron, que pediu investigações técnicas.

Os que são a favor e os que são contra a linha Meloni

O líder do grupo Fratelli d'Italia, Galeazzo Bignami, elogiou Meloni, descrevendo-a como uma líder credível a nível internacional, ao mesmo tempo que contrastou o atual sucesso diplomático com as críticas feitas no passado por membros do PD, que classificaram a proposta como carecendo de apoio real.

Uma posição diferente vem do Più Europa: Riccardo Magi avisou que negociar hoje com Putin sem proteger a Ucrânia significa aceitar uma rendição. De acordo com o opositor, Meloni terá de mostrar coerência, mantendo uma linha unida com a UE e não cedendo à tentação de concessões fáceis promovidas por Trump.

O papel da Itália pode ser decisivo na construção de uma frente europeia que, embora permaneça firme no seu apoio a Kiev, favoreça acordos de segurança concretos e duradouros num contexto em que a paz não pode traduzir-se em rendição.

Na segunda-feira, em Washington, o Primeiro-Ministro italiano e os outros líderes europeus acompanharão Zelensky a um momento decisivo: aquele em que tentarão transformar as intenções que emergiram do Alasca num compromisso formal de proteção, compatível com o atual equilíbrio geopolítico.

A posição das partes, denominador comum cautela

A posição dos Fratelli d'Italia, liderada por Giorgia Meloni, caracteriza-se por um forte apoio à sua proposta de estender à Ucrânia as garantias de segurança do artigo 5º do Pacto Atlântico sem, no entanto, prever a sua entrada na NATO. Esta orientação é vista pelos seus expoentes como um sucesso diplomático que confirmaria a centralidade e a liderança internacional da Itália.

O Partido Democrático, por outro lado, é mais cético e crítico. Os expoentes do PD manifestaram dúvidas sobre a concretização da proposta italiana, pedindo clareza e sublinhando a necessidade de a Itália manter um alinhamento estrito com a linha europeia. A desconfiança também diz respeito ao papel direto com o Presidente dos EUA, Donald Trump, visto por muitos como um elemento de risco para a coesão europeia. Quando a proposta de Meloni foi anunciada pela primeira vez, vários líderes do PD descreveram a iniciativa como "vagamente simbólica" e sem substância.

O Movimento 5 Estrelas, por seu lado, mantém uma posição mais cautelosa, manifestando perplexidade face a qualquer tipo de escalada militar e favorecendo um diálogo multilateral que envolva mais instituições internacionais como a ONU. Embora ainda não tenha tomado uma posição oficial clara sobre a proposta de Meloni, o M5S tem manifestado frequentemente reservas quanto ao atlantismo acentuado do atual governo e à dependência de Washington no dossier ucraniano.

O More Europe, por outro lado, embora apoie firmemente a resistência ucraniana e a necessidade de garantias de segurança, teme que a Itália ceda à pressão dos EUA representada por Trump e adverte contra a difusão de narrativas distorcidas que correm o risco de enfraquecer a posição europeia e a coesão da frente pró-Ucrânia. Riccardo Magi insta o primeiro-ministro a não comprometer a linha dura contra a Rússia e a não se deixar instrumentalizar por quaisquer tácticas de propaganda.

A Forza Italia adopta uma linha mais moderada, apoiando a ideia de soluções diplomáticas que respeitem as restrições europeias, mas ao mesmo tempo sublinhando a importância de manter aberto o diálogo com os Estados Unidos e a NATO. Embora aprecie a proposta de segurança italiana, a Fi reitera a necessidade de um envolvimento orgânico da Aliança Atlântica.

A Liga é cautelosa, mas basicamente próxima das posições pró-americanas, apreciando o vislumbre de diálogo que emergiu da reunião Trump-Putin no Alasca e com o objetivo de proteger os interesses nacionais num contexto de complexidade geopolítica. Matteo Salvini descreveu essa reunião como um potencial ponto de viragem e, por isso, a Liga tende a apoiar uma abordagem negocial que evite um alargamento do conflito.

Por último, a Aliança Verde e de Esquerda é contra qualquer reforço militar, apelando a um cessar-fogo imediato e a um plano de paz patrocinado pela ONU. Este campo considera arriscada a extensão das garantias de segurança à NATO, que poderia provocar uma escalada, e pede à Itália que desempenhe o papel de garante neutro e não o de protagonista armado, convidando ao envolvimento de potências emergentes como a China numa negociação global.