Governo português anuncia medidas para afetados pelos incêndios

O executivo português desloca-se esta quinta-feira a Viseu, uma das zonas fustigadas pelos incêndios, para um Conselho de Ministros Extraordinário sobre os fogos que assolam o país. Na reunião, os ministros vão aprovar medidas para apoiar as populações afetadas.
A reunião começa ao fim da tarde e só no fim é que vão ser conhecidas as medidas em concreto.
Segundo um comunicado do Governo, os ministérios da Economia e da Coesão Territorial estão, neste momento, a fazer um levantamento dos prejuízos para “se avançar rapidamente para o apoio financeiro aos que foram afetados”.
“O Governo, tal como fez nos incêndios de setembro de 2024, ajudará rapidamente as populações, agricultores, produtores, empresários e os que sofreram perdas e prejuízos, em primeira habitação, culturas, animais, e equipamentos agrícolas, industriais e comerciais”, diz ainda o comunicado.
Críticas ao Governo
Estas medidas estão a ser vistas como uma tentativa de eliminar a perceção pública sobre a atuação do Governo durante os incêndios. Isto depois de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter estado de férias na praia a semana passada, que depois interrompeu, e de ter mantido da festa partidária do Pontal.
Também na próxima quarta-feira, a Comissão Permanente da assembleia recebe um debate sobre os incêndios. A proposta foi apresentada pelo Chega e pelo Partido Comunista (PCP) e foi aprovada por todos os partidos, depois de o próprio primeiro-ministro se ter disponibilizado para ir ao parlamento.
A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, fala da “indignação de um país por parte de um Governo que não está a dar as respostas que são necessárias”.
Mas o PSD, a voz do líder parlamentar, Hugo Soares, diz que este debate não serve para “limpar a imagem de ninguém”. Uma mensagem que o Governo também está a tentar transmitir.
“Estamos muito seguros e convictos sobre a forma como o combate está a ser realizado”, disse aos jornalistas o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim.
Situação mais calma
Entretanto, à semelhança de Espanha, a situação parece estar agora mais calma, sobretudo devido à descida das temperaturas. Dos mais de 300 incêndios, apenas dois estão em curso, com os restantes em fase de conclusão e resolução.
Arganil, no distrito de Coimbra, no centro do país, continua a ser o fogo que concentra mais meios. Na manhã desta quinta-feira, mais de 1600 bombeiros combatiam este fogo.
Este incêndio é considerado um dos maiores de sempre no país. Começou a semana passada e espalhou-se pelos concelhos de Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Seia, Covilhã e Castelo Branco.
Mais no interior, continuam a avançar também as chamas em Figueira de Castelo Rodrigo onde se encontravam, esta quinta-feira de manhã, 150 bombeiros.
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