Defesa e segurança são prioridades para reforçar o papel global da UE, segundo inquérito

O inquérito da primavera de 2025 do Eurobarómetro, revelado na quarta-feira, mostra que a Defesa e a Segurança é a principal prioridade para reforçar a influência global da UE para a maioria dos inquiridos (37%). Seguem-se a competitividade, economia e indústria (32%), a independência energética, os recursos e as infraestruturas (27%).
A Defesa e a Segurança foram classificadas como a principal prioridade em 13 dos 27 Estados-Membros da UE, incluindo a França, a Alemanha e a Polónia.
Em 10 países - incluindo Portugal, Itália e Grécia - a competitividade, a economia e a indústria foram citadas como as prioridades mais relevantes.
Já a segurança alimentar e a agricultura encabeçaram a lista na Eslovénia, Eslováquia e Roménia.
Só em Espanha, a educação e a investigação foram consideradas as prioridades mais susceptíveis de reforçar o papel da UE a nível mundial, enquanto na Suécia e em Malta a tónica foi colocada na democracia e na proteção dos direitos humanos.
O inquérito, realizado entre 5 e 29 de maio de 2025 em todos os Estados-Membros da UE, baseou-se em 26 410 entrevistas vídeo presenciais, sendo os resultados ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país.
Quando questionados sobre as principais questões que o Parlamento Europeu devia abordar, 41% dos inquiridos referiram a inflação, o aumento dos preços e o custo de vida. Seguiram-se a defesa e a segurança (34%) e a luta contra a pobreza e a exclusão social (31%).
Imagem da UE também melhorou
Mais de metade dos inquiridos (52%) têm uma opinião positiva sobre a União, o que representa um aumento de dois pontos percentuais em relação ao inquérito anterior.
Esta é apenas a terceira vez nas últimas duas décadas que a maioria dos europeus expressa uma perceção positiva da UE.
Os picos anteriores foram registados no outono de 2021 (54%), durante a campanha de vacinação contra a COVID-19, e na primavera de 2022 (52%), imediatamente após o início da guerra na Ucrânia.
Globalmente, 73% dos inquiridos afirmaram que os seus países tinham beneficiado com a adesão à UE. Os níveis de aprovação foram mais elevados na Dinamarca, Irlanda e Malta, enquanto a Áustria, a Bulgária e a Chéquia registaram os níveis mais baixos.
As principais vantagens citadas foram a paz e a segurança (37%) e a melhoria da cooperação entre os países europeus (36%).
Uma grande maioria dos europeus (90%) considera que os Estados-Membros da UE devem mostrar maior unidade na resposta aos desafios globais. Além disso, 68% consideram que o papel da UE na proteção dos cidadãos contra as crises mundiais deve ser reforçado.
"Não só existe um apelo à unidade por parte de 9 em cada 10 pessoas, mas também um apelo a mais financiamento por parte de 77% [dos inquiridos], e 78% dizem que seria bom realizar projetos com financiamento conjunto, uma vez que isso traz maior valor acrescentado do que financiá-los a nível nacional", disse Delphine Colard, porta-voz do Parlamento Europeu, à Euronews.
O inquérito também revelou que 72% das pessoas consideram que as ações da UE têm um impacto na sua vida quotidiana. Metade considera este impacto positivo, 31% neutro e 18% negativo.
Por último, o otimismo em relação ao futuro da UE atingiu o seu nível mais elevado desde 2020-2021: 66% dos inquiridos manifestaram uma perspetiva positiva.
Entre os europeus mais jovens, com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, o otimismo é ainda mais forte, com 72% a dizerem que acreditam que as coisas na UE estão a ir na direção certa.
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