Bruxelas, meu amor? Inteligência Artificial: estaremos a ficar reféns dos robots?

A inteligência artificial permite maior produtividade em praticamente todos os setores economicos e tem vantagens na educação, na saúde ou nos transportes, com menos custos. Mas será que vai gerar mais desemprego? Os especialistas preveem que vamos ter mais tempo para outras tarefas e poderes reforçados, mas alertam para a importância de assegurar questões éticas, por exemplo, nos domínios da segurança e privacidade, quando a IA já determina os conteúdos que vamos ver nas redes sociais porque os automóveis ouvem as nossas conversas. Os alertas são de Luís Borges Gouveia, Rosa Silva e Sergio Ferreira que debatem, esta semana, as vantagens e os riscos da inteligência artificial.
Luis Borges Gouveia, professor da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, questiona o papel e a força da Europa, num negócio dominado por empresas dos Estados Unidos e da China. A Europa está a hipotecar a sua soberania nesta área tecnológica? Rosa Silva analisa o que está já a mudar no trabalho e nas organizações com o impacto da IA e Sergio Ferreira destaca o crescimento do negócio da IA a nível mundial, quando a Open A.I., dona do Chat GPT, vale mais de 430 mil milhões de euros e já é uma das tecnológicas não cotadas mais valiosas do mundo.
Recorde-se que o Tribunal de Justiça Europeu tomou a decisão, em 2015 e 2020, de invalidar acordos legais - com uso de dados dos consumidores europeus - da Google, Microsoft, Meta ou Amazon. Por isso, alguns especialistas questionam se Bruxelas deve regular agora a IA e como executar.
Mas há o risco de excesso de regulamentação pelo chamado Brussels Effect (UE como superpotência da regulamentação), o que levanta a questão de saber se a Europa está a hipotecar a sua soberania nesta área tecnológica ou se consegue ser potencia digital autonoma através da posse e controlo dos dados?
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