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Líder empresarial da UE adverte para o rápido crescimento das exportações chinesas para a Europa

• Sep 24, 2025, 10:19 AM
7 min de lecture
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Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio da UE na China, alertou para um aumento acentuado das exportações chinesas para a Europa, na sequência do anúncio de Washington, em abril, de tarifas de importação abrangentes.

"Na primeira metade do ano, assistimos a um declínio das exportações da China para a América do Norte. Por isso, penso que se pode dizer que se trata de um desvio do comércio, mas não creio que seja a história completa", afirmou Eskelund, em entrevista à Euronews.

Eskelund apontou três fatores principais por detrás do aumento das exportações: a competitividade das empresas chinesas, uma moeda mais fraca e um forte apoio estatal. Pressão que as empresas europeias no terreno também estão a sentir.

De acordo com o último inquérito realizado pela Câmara de Comércio da UE na China, 73% dos inquiridos afirmaram que fazer negócios no país está a tornar-se mais difícil de ano para ano, com a confiança a atingir agora o seu ponto mais baixo. Mais de metade dos inquiridos (52%) referiu igualmente que o ambiente empresarial se tornou cada vez mais politizado em comparação com o ano anterior.

"O pessimismo a que se assiste atualmente deve-se sobretudo ao estado da economia chinesa. Vimos que em muitos setores há uma concorrência muito intensa e excesso de capacidade em alguns outros", disse Eskelund.

Ainda assim, acrescentou que a situação pode melhorar se Pequim conseguir restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a procura. "Pensamos que o governo chinês precisa de se concentrar em como voltar a uma situação em que a procura e a oferta estejam mais bem alinhadas do que atualmente", afirmou.

A deslocação dos fluxos comerciais dos EUA para a Europa poderá ter consequências graves para as indústrias europeias, em especial se as importações forem oferecidas a preços muito baixos, colocando os produtores locais sob pressão. No entanto, a Comissão Europeia não vê provas de que esteja a ocorrer um grande desvio do comércio.

"A nossa avaliação, neste momento, é que não existe um aumento que seja motivo de alarme", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Olof Gill, aos jornalistas na segunda-feira.

Guerra comercial UE-China: inevitável?

Nos últimos anos, as relações entre a UE e a China têm estado presas num ciclo de fricção, motivado pelo acesso restrito das empresas europeias ao mercado chinês, pelos crescentes desequilíbrios comerciais e pelo apoio de Pequim à Rússia na sua guerra contra a Ucrânia.

A tensão foi evidente quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se deslocou a Pequim para a Cimeira UE-China, em julho, alertando para o facto de as relações terem atingido um "ponto de inflexão".

Von der Leyen exigiu uma ação imediata para reequilibrar o comércio depois de o défice comercial da UE com a China ter atingido 305,8 mil milhões de euros em 2024. Von der Leyen também criticou fortemente a decisão da China de restringir as exportações de sete matérias-primas críticas - uma medida que, para muitos em Bruxelas, sublinhou a dependência da Europa do gigante asiático.

Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio e Indústria da UE na China, disse à Euronews que os governos, tal como as empresas, precisam de considerar alternativas quando uma fonte de abastecimento chave se esgota. "Talvez os governos devessem pensar como as empresas", afirmou.

"Uma das coisas que aprendemos nos últimos anos é que precisamos sempre de ter um plano B e talvez até um plano C", acrescentou.

Trump pediu aos europeus que impusessem tarifas de 50% a 100% sobre a China como parte de um esforço conjunto para contrariar a invasão da Ucrânia por Putin, o que agravou ainda mais as relações entre a UE e a China.
Trump pediu aos europeus que impusessem tarifas de 50% a 100% à China, como parte de um esforço conjunto para contrariar a invasão da Ucrânia por Putin, o que veio agravar as relações entre a UE e a China. AP Photo

Mas com os Estados Unidos a aumentar a pressão sobre a Europa para endurecer a sua posição e com os desequilíbrios comerciais a não mostrarem sinais de abrandamento, Eskelund advertiu que é quase certo que as tensões com a China aumentem se nada mudar.

"Não pensamos que nada seja inevitável, mas pensamos que estamos numa trajetória em que temos de parar e perguntar a nós próprios: será que estamos a aumentar o risco?", afirmou.

Para evitar que as relações se deteriorem ainda mais, o líder empresarial da UE instou ambas as partes a sentarem-se e a ouvirem as preocupações de cada um, antes que as consequências se tornem demasiado onerosas para ambas as economias.

"É muito difícil para nós prever o futuro, mas toda esta volatilidade é algo que afecta o comportamento das empresas e penso que, neste momento, é um grande desafio", afirmou.

Jorge Liboreiro contribuiu para este artigo.


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