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Um ano ou três? E quem vai pagar a conta da barreira de drones? Líderes da UE parecem divididos

• Oct 1, 2025, 2:34 PM
7 min de lecture
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Quanto tempo levará a Europa a construir uma barreira de proteção contra os drones? E como deverá ser financiado? Os líderes da UE que chegaram a Copenhaga na quarta-feira para discutir a defesa europeia pareciam ter opiniões muito diferentes, com a tradicional divisão geográfica a manter-se firme em relação a este súbito, mas há muito esperado, ponto-chave da segurança europeia.

Os países bálticos e do Norte abraçaram o projeto e apelaram à unidade e à solidariedade, na sequência de uma série de violações do espaço aéreo nas últimas semanas na Polónia, Estónia, Roménia e Dinamarca.

Evika Siliņa, primeira-ministra da Letónia, por exemplo, disse aos jornalistas que acredita que uma barreira contra drones ao longo do flanco oriental poderia ser "exequível" dentro de "um ano, ano e meio".

Algo que contradiz diretamente os comentários feitos no início desta semana, no Fórum de Segurança de Varsóvia, pelo ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, para quem um projeto deste tipo não seria "concretizado nos próximos três a quatro anos".

Mas a primeira-ministra letã tem a certeza de que "podemos fazê-lo num prazo muito mais curto, só depende dos líderes", acrescentando que, com a tecnologia de drones a avançar a um ritmo tão rápido, três anos "é demasiado tempo".

O seu Estado báltico já começou a investir em sensores e sistemas de som, seguindo o conselho da Ucrânia, e eliminou algumas barreiras burocráticas.

"Seremos mais fortes se trabalharmos em conjunto e a Europa deve coordenar-se", acrescentou.

"Precisamos de ações"

O presidente da Lituânia, Gitanas Nausėda, também apelou a uma ação urgente, sublinhando que o seu país, que faz fronteira com a Rússia, tem "défices significativos" no que diz respeito à capacidade de detetar e destruir veículos aéreos não tripulados não identificados (UAV, na sigla em inglês).

"Infelizmente, tenho de dizer que uma ideia muito boa, a dos sistemas rotativos de defesa aérea incluída nos documentos da NATO, não está a funcionar. Porque tivemos apenas dois elementos, os Patriots neerlandeses e o sistema de defesa aérea de curto alcance de Itália, durante várias semanas desde 2023", disse aos jornalistas.

"Precisamos de ações. É claro que apreciamos a discussão, mas essas discussões devem levar a capacidades, a competências. E para isso precisamos de recursos financeiros", acrescentou.

O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, cujo país partilha uma fronteira de 1.300 km com a Rússia, descreveu o muro como "inevitável" e "uma questão para toda a Europa".

"Chegou o momento de mostrar solidariedade para com a Europa de Leste e do Norte, em nome da segurança", afirmou.

Kaja Kallas, ex-líder da Estónia e atual chefe da política externa do bloco, também insinuou que uma barreira contra drones poderia ser erguida rapidamente.

A alta representante da UE, que participou numa reunião, na semana passada, entre os Estados-membros do Leste sobre uma barreira contra drones, disse que as autoridades ucranianas podem "mostrar que tipo de sensores são necessários, que tipo de linhas diferentes são necessárias, e também têm a produção de drones na Ucrânia, que pode ser alargada à Europa".

"Portanto, se houver vontade, há maneira e podemos fazê-lo também mais rapidamente, mas é claro que isso requer financiamento."

O que constitui a "defesa"?

No início deste ano, a Comissão Europeia apresentou o que diz ser um pacote de 800 mil milhões de euros para rearmar a Europa antes do final da década, altura em que algumas agências de informação acreditam que a Rússia poderá ter os meios para atacar outro país europeu.

Mas, na realidade, os Estados-membros terão de recorrer aos seus próprios cofres para obter a maior parte desse dinheiro, com apenas 150 mil milhões de euros de fundos europeus, sob a forma de empréstimos, ao abrigo de um programa chamado SAFE. Dois terços do envelope foram atribuídos aos Estados-membros do Leste.

O objetivo das várias iniciativas é fazer com que os Estados-membros façam aquisições conjuntas, invistam nos chamados projetos emblemáticos de defesa e, de preferência, comprem produtos europeus. O executivo da UE propôs que uma barreira contra drones faça parte desses projetos emblemáticos que devem ser priorizados.

A Comissão também propôs um enorme aumento das dotações para a defesa no próximo orçamento plurianual do bloco, que vigorará a partir de 2028.

Mas o debate mostrou que os Estados-membros do Leste e os do Sul têm uma visão muito diferente sobre o que a segurança e a defesa implicam e a sua urgência.

Um facto que Pedro Sánchez e Giorgia Meloni reafirmaram na quarta-feira, com o líder espanhol a dizer aos jornalistas que a emergência climática é um "aspeto de segurança [que] também será incorporado pelo governo de Espanha neste debate".

"Devemos recordar que as fronteiras da aliança são muito grandes, por isso, se cometermos o erro de olhar apenas para o lado e esquecermos, por exemplo, que existe um flanco sul, corremos o risco de não sermos decisivos", afirmou Meloni.

Mas, para Nausėda, da Lituânia, a posição destes líderes não é a mais correta.

"Esta é a nossa tarefa, a tarefa dos países da Europa de Leste, trazer esta energia para a sala, esta compreensão, esta consciência para a sala, e convencer os nossos colegas, que estão provavelmente a uma maior distância dos inimigos, que isto não é apenas sobre as nossas fronteiras nacionais", destacou.

"O que está em causa é a fronteira externa da União Europeia. Somos a primeira linha de defesa da Europa."

Mette Frederiksen, a primeira-ministra dinamarquesa e anfitriã da cimeira, fez eco deste sentimento, instando os restantes líderes a "abandonar a perspetiva nacional quando falamos de segurança na Europa e a olhar para o padrão da guerra híbrida em curso".

"Se olharmos para a Ucrânia de uma perspetiva europeia em vez de uma perspetiva nacional, se olharmos para a Rússia e para a guerra híbrida de uma perspetiva europeia em vez de uma perspetiva nacional, penso que todos têm de estar na mesma página, que temos de nos rearmar todos."


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