O que sabemos sobre a segunda Flotilha que partiu de Itália com médicos e enfermeiros para Gaza

Nas últimas semanas, uma segunda frota de navios partiu de Itália para tentar quebrar o bloqueio naval israelita à Faixa de Gaza, numa missão conjunta da "Flotilha da Liberdade" e das "Mil Madalenas para Gaza".

São onze embarcações que transportam cerca de 250 pessoas, incluindo médicos, enfermeiros e jornalistas internacionais.

É a segunda tentativa de desembarque em Gaza depois de comandos israelitas terem abordado e apreendido os mais de 40 barcos da Flotilha Global Sumud, prendendo os mais de quatrocentos voluntários da iniciativa.

Navio Conscience transporta médicos e jornalistas para Gaza

A Flotilha da Liberdade enviou três barcos.

O principal é o Conscience, que transporta médicos, enfermeiros e jornalistas. É um navio de 68 metros, que partiu de Otranto a 30 de setembro e está a navegar ao largo de Creta desde sexta-feira. Há cerca de 100 pessoas a bordo.

"O nosso objetivo é quebrar o cerco ilegal de Israel, dar aos correspondentes internacionais a oportunidade de fazer reportagens diretamente de Gaza e prestar a assistência médica urgentemente necessária aos palestinianos", afirmou a Flotilha da Liberdade numa publicação no Instagram.

"Espero chegar à costa para ajudar os médicos e o pessoal médico palestiniano", disse Hafiz Sulaiman, um médico da Malásia a bordo do Conscience, numa publicação no Instagram, na sexta-feira, do ativista italiano Vincenzo Fullone.

"A Conscience segue em direção a Gaza com uma equipa médica pronta para aliviar aqueles que, nos restos dos hospitais, trabalham há mais de dois anos sem descanso e quase sem instrumentos. Impedir isso não é segurança: é cumplicidade com a agonia. Deixem-na passar", disse Fullone.

Juntamente com o Conscience, há também dois outros navios da Flotilha da Liberdade, os veleiros Al-Awda e Ghassan Kanafani, que arvoram as bandeiras italiana e francesa, respetivamente, e que se encontram também ao largo de Creta.

Mil Madalenas para Gaza

Outros oito navios deixaram o porto de Catânia no dia 25 de setembro, fazendo parte da missão Mil Madalenas para Gaza. A bordo estão cerca de 150 passageiros, entre os quais jornalistas e profissionais de saúde.

Entre eles, Francesco Prinetti, médico internista de Turim: "Continuamos determinados porque as nossas intenções são as mesmas (que as da Global Sumud Flotilla): romper um cerco que Israel leva a cabo há mais de 17 anos", afirmou em entrevista ao Adnkronos.

Israel apreendeu o navio Handala da Flotilha da Liberdade em julho

Em julho passado, a marinha israelita abordou e apreendeu o navio Handala, da Flotilha da Liberdade, depois de este ter chegado às águas ao largo de Gaza. A tripulação foi detida e repatriada.

Entre eles estava a ativista sueca Greta Thunberg, que mais tarde também participou na missão da Global Sumud Flotilla.

Mais uma vez, os passageiros foram detidos e levados pelas autoridades israelitas para a prisão de Ketziot, no deserto do Negev.