Manifestações em massa de venezuelanos em todo o mundo exigindo democracia no seu país
O êxodo venezuelano saiu à rua no sábado com manifestações em várias capitais do mundo para exigir a democracia na Venezuela e o reconhecimento de Edmundo González Urrutia como presidente eleito (o que já fizeram os Estados Unidos, o Congresso e o Senado espanhóis e o Parlamento Europeu). O próprio González esteve presente e cumprimentou os presentes durante alguns minutos.
Trata-se de um protesto global que surge na sequência de um apelo da principal líder da oposição, María Corina Machado, para pressionar o governo de Nicolás Maduro, que continua ancorado em Miraflores apesar das inúmeras acusações de fraude eleitoral.
Uma das principais manifestações teve lugar em Madrid, onde vivem cerca de 70.000 venezuelanos. Muitos deles dirigiram-se à Puerta del Sol, no coração da cidade, para apelar à democracia e ao fim da repressão e da violência. Entre os presentes estavam muitos líderes da oposição exilados.
"Uma caça ao homem".
O antigo presidente da câmara de Caracas, Antonio Ledezma, foi um dos primeiros líderes da oposição a chegar e assegurou à imprensa reunida na praça central que "o importante é pensar no que cada venezuelano pode fazer, onde quer que esteja, para resistir à investida da ditadura que continua a levar a cabo uma caça ao homem".
Familiares de presos políticos também compareceram, como o filho do advogado de María Corina Machado, Perkins Rocha. Em declarações ao 'NTN24', Santiago Rocha garantiu que "na Venezuela há prisões recorrentes, há mais de 1.800 presos políticos, não só o meu pai".
Aos gritos com a frase "se ve se siente, Edmundo presidente", milhares de pessoas invadiram a Puerta del Sol com faixas pró-democracia e bandeiras venezuelanas. A proclamação oficial afirma que o objetivo é "comemorar e defender um gesto único na nossa história".
"Hoje, há dois meses, nós, venezuelanos, fizemos o que ninguém pensava ser possível: com o triunfo esmagador de Edmundo González, derrotámos uma tirania nas urnas, com as suas próprias regras. Essa vitória não foi construída num dia. Ultrapassámos todos os obstáculos durante muitos meses e obtivemos uma primeira grande conquista", lê-se na proclamação.
"No dia 22 de outubro, realizámos as eleições primárias propostas pela Plataforma Unitária. Nesse dia, votámos, dentro e fora do país, num processo limpo e transparente, organizado pelos partidos políticos unidos e pela sociedade civil, onde a CNE não conseguiu meter a mão. A partir daí, os venezuelanos uniram-se em torno da visão da nossa líder María Corina Machado e comprometemo-nos juntos a ir até ao fim para libertar a Venezuela", continua.
Embora as principais manifestações tenham tido lugar em Madrid e nas capitais americanas, houve protestos em todo o mundo, mesmo em países como o Japão e no coração da Europa: Bruxelas.
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