Austrália nega visto ao atleta olímpico Steven van de Velde, condenado por crimes de violação
O jogador de voleibol neerlandês Steven van de Velde, que foi condenado por violar uma rapariga britânica de 12 anos há cerca de uma década, viu ser-lhe negado o visto para competir na Austrália.
O atleta olímpico, de 31 anos, deveria ter participado no Campeonato do Mundo de Voleibol de Praia em Adelaide, na Austrália do Sul, no próximo mês.
No entanto, o governo australiano anunciou, na terça-feira, que o visto de van de Velde para participar no torneio foi recusado, sugerindo que o motivo foi o seu registo criminal.
"O governo continuará a usar todas as ferramentas disponíveis para garantir que os australianos possam estar seguros e se sintam seguros nas suas comunidades", afirmou o ministro do Interior, Tony Burke.
No início deste mês, o procurador-geral da Austrália do Sul, Kyam Maher, instou o governo federal a rejeitar o visto de van de Velde com base nos seus crimes "absolutamente abomináveis".
Van de Velde tinha 19 anos em 2014 quando conheceu a sua vítima nas redes sociais e viajou dos Países Baixos para o Reino Unido antes de a violar em sua casa.
Em 2016, foi condenado por três acusações de violação e cumpriu 13 meses de uma pena de quatro anos na prisão antes de retomar a sua carreira desportiva em 2018. Van de Velde competiu nos Jogos Olímpicos de Paris no ano passado, onde foi repetidamente alvo de vaias e gritos.
A associação neerlandesa de voleibol disse, na terça-feira, que estava desapontada com a decisão da Austrália de não conceder um visto a van de Velde.
"Lamentamos, mas não temos outra alternativa senão aceitar a decisão", declarou a diretora técnica, Heleen Crielaard, em comunicado.
Na mesma declaração, Van de Velde indicou que já esperava que a política do governo australiano e o seu passado criminal pudessem representar um problema para a obtenção do visto.
"Este resultado não é apenas aceite por mim, mas também pelo resto da equipa", afirmou.
A proibição aplicada a Van de Velde significa que o seu colega de equipa, Alexander Brouwer, também não poderá competir na Austrália.
Há muito que a Austrália utiliza um amplo poder discricionário para recusar vistos temporários a estrangeiros, ao abrigo do que é conhecido como "teste de caráter".
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