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"A Ucrânia não defende a Hungria", diz Orbán em resposta a Zelenskyy

• Nov 5, 2025, 11:32 AM
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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, rejeitou as acusações do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, de que está a mostrar "apoio específico a Putin" ao obstruir as negociações de adesão da Ucrânia à UE.

Em entrevista à Euronews, Zelenskyy afirmou que não tem qualquer intenção de fazer concessões a Budapeste, argumentando que a Hungria deve apoiar a defesa da Europa por parte da Ucrânia.

"Não penso que tenha de oferecer algo a Viktor Orbán", disse Zelenskyy.

"Penso que Viktor Orbán tem de oferecer algo à Ucrânia, que está a proteger toda a Europa da Rússia, e mesmo agora, durante esta guerra, não recebemos qualquer apoio dele, apoio à forma como vemos a vida", acrescentou.

Orbán rejeitou os comentários num comunicado divulgado pouco depois da entrevista à Euronews.

"Tenho de rejeitar a sugestão de que a Hungria deve alguma coisa à Ucrânia. A Ucrânia não defende a Hungria de nada nem de ninguém. Não pedimos tal coisa e nunca o faremos. A segurança da Hungria é garantida pelas nossas capacidades de defesa nacional e pela NATO, da qual a Ucrânia felizmente não faz parte", disse Orbán.

Orbán referiu que a Hungria forneceu cerca de 200 milhões de euros em ajuda humanitária à Ucrânia e continua a fornecer gás e eletricidade ao país devastado pela guerra.

O primeiro-ministro reiterou também a oposição da Hungria à candidatura da Ucrânia à UE.

"A Hungria não apoia e não apoiará a adesão da Ucrânia à União Europeia, porque isso traria a guerra para a Europa e levaria o dinheiro dos húngaros para a Ucrânia", disse Orbán, acrescentando que preferia ver a Ucrânia como um parceiro estratégico da UE e não como membro de pleno direito.

A Hungria continua a bloquear a abertura de capítulos de adesão à UE com a Ucrânia, invocando preocupações económicas e de segurança. No início deste ano, o Governo húngaro realizou uma consulta nacional não vinculativa sobre a adesão da Ucrânia, na qual 95% dos inquiridos se opuseram à ideia.

Em vez disso, o primeiro-ministro húngaro diz-se a favor de uma "parceria estratégica" com a Ucrânia.

As tensões entre a Hungria e a Ucrânia aumentaram em matéria de segurança energética desde o verão, na sequência dos ataques ucranianos ao oleoduto russo Druzhba, que interromperam temporariamente o fornecimento de petróleo à Hungria em várias ocasiões.

Budapeste classificou os ataques como "ultrajantes e inaceitáveis", enquanto Kiev acusou a Hungria de não fazer o suficiente para se libertar dos combustíveis fósseis russos e, por conseguinte, financiar parte da máquina de guerra do país.

Este ponto deverá ser abordado entre Orbán e o presidente dos EUA, Donald Trump, quando se encontrarem na sexta-feira nos EUA.