Netanyahu aceita libertação de 110 prisioneiros depois da entrega de mais oito reféns a Israel
Todos os reféns que seriam hoje libertados pelo Hamas estão já a caminho de Israel. Agam Berger foi a primeira refém a ser libertada pelo grupo, encontrando-se já em território israelita.
A soldado de 20 anos "cruzou a fronteira para território israelita" sob a proteção de membros das forças especiais, após ser entregue ao exército pela Cruz Vermelha em Jabalia, no norte do enclave, segundo informou o exército israelita em comunicado.
Os restantes sete foram já entregues à Cruz Vermelha, segundo confirmaram as Forças de Defesa de Israel.
Entre eles estão os civis Arbel Yehoud de 29 anos e Gadi Moses, um homem de 80 anos, assim como cinco cidadãos de nacionalidade tailandesa.
O grupo de sete reféns foi entregue na cidade de Khan Younis. Milhares de pessoas comprimiram-se em torno do local de entrega na cidade no sul de Gaza.
Imagens mostram Arbel Yehoud a ser escoltada por entre uma multidão. Yehoud esteve no centro da disputa sobre a sequência de libertações que abalou brevemente o cessar-fogo no passado fim de semana: Israel diz que deveria ter sido libertada no sábado e atrasou a abertura das passagens para o norte de Gaza quando constatou que ela não iria ser libertada.
Benjamin Netanyahu condenou os moldes em que se realizou a entrega dos cidadãos israelitas.
“Esta é mais uma prova da brutalidade inconcebível da organização terrorista Hamas”, afirmou. “Exijo que os mediadores se certifiquem de que estas cenas terríveis não se repetem e que garantam a segurança dos nossos reféns. Quem se atrever a fazer mal aos nossos reféns, pagará o preço", acrescentou o primeiro-ministro israelita.
Além dos cidadãos israelitas, cindo tailandeses form também entregues à Cruz Vermelha.
Vários trabalhadores estrangeiros foram levados em conjunto com dezenas de civis e soldados israelitas durante o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, que fez começar a guerra. Durante uma trégua que durou uma semana, em novembro de 2023, foram libertados 100 reféns, entre os quais 23 tailandeses mas, segundo Israel, oito continuam em cativeiro.
Israel entrega 110 prisioneiros palestinianos
Em troca pelos reféns hoje entregues, Israel colocou em liberdade 110 palestinianos, na terceira troca deste género desde que entrou em vigor o cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A entrega dos detidos foi, num primeiro tempo, suspensa por Netanyahu até que a segurança de futuras libertações pudesse ser ser garantida. Mais tarde, o primeiro-ministro israelita disse que os mediadores tinham garantido a saída segura dos reféns, abrindo caminho à libertação dos prisioneiros.
Das 110 pessoas libertadas das prisões em Israel, 30 estavam a cumprir penas de prisão perpétua depois de terem sido condenadas por ataques mortais contra israelitas. Zakaria Zubeidi, um proeminente ex-líder militante que participou numa dramática fuga da prisão em 2021, antes de ser novamente detido dias depois, também está entre os libertados.
A troca desta quinta-feira faz parte de um acordo que pôs termo aos combates em Gaza a 19 de janeiro. As forças israelitas retiraram-se da maior parte da Faixa de Gaza, permitindo que centenas de milhares de pessoas regressassem ao que resta das suas casas e que os grupos humanitários pudessem prestar assistência.
O acordo prevê que o Hamas liberte um total de 33 reféns, incluindo mulheres, crianças, idosos e homens doentes ou feridos, em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos. Israel afirma que o Hamas confirmou que oito dos reféns a serem libertados nesta fase estão mortos.
O cessar-fogo inicial da primeira fase interrompe os combates durante seis semanas. As partes devem utilizar este período para negociar um acordo em que o Hamas libertaria os restantes reféns e o cessar-fogo continuaria indefinidamente.
A guerra poderá recomeçar no início de março se este entendimento não for alcançado, mas a negociação de um acordo para a segunda fase pode ser difícil. O Hamas afirma que não libertará os restantes reféns sem o fim da guerra e sem a retirada total de Israel de Gaza.
Entretanto, Israel afirma que continua empenhado em destruir o Hamas e um dos principais parceiros de extrema-direita da coligação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já está a apelar ao recomeço da guerra após a primeira fase do cessar-fogo.
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