Líder da AIEA afirma que aumentaram os ataques em torno da maior central nuclear da Europa
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O líder da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) afirmou que os ataques em torno da central nuclear de Zaporíjia aumentaram.
Rafael Grossi fez as declarações, segundo a agência noticiosa TASS, após conversações com Alexei Likhachev, o diretor da empresa estatal russa de energia nuclear, Rosatom.
"A situação não tem precedentes. O funcionamento de uma central nuclear tão grande, a maior da Europa, no meio de uma zona de combate ativa", disse Grossi.
Grossi chegou a Moscovo na sexta-feira para discutir a segurança da maior central nuclear da Europa, uma instalação que as tropas russas controlaram nas primeiras semanas da invasão.
O líder da AIEA afirmou que os esforços conjuntos para garantir a segurança nuclear devem continuar, uma vez que "a atividade militar em torno do local da central continua e, em alguns casos, tem vindo a aumentar".
Num comunicado, a Rosatom afirmou que a Ucrânia bombardeia constantemente a cidade de Energodar, a povoação mais próxima da central.
A TASS citou Grossi como tendo dito que não era possível determinar qual era o lado responsável pelos ataques.
Likhachev sublinhou, entretanto, os "riscos crescentes" para a segurança nuclear nas centrais nucleares de Kursk e Smolensk.
"Nos últimos meses e semanas, tem havido uma incursão das forças armadas ucranianas na região de Kursk e riscos correspondentes para a central nuclear de Kursk", afirmou. "Há dezenas de drones abatidos, mísseis em aproximação ou em direção à central nuclear de Smolensk, um ataque às infraestruturas energéticas".
As tropas ucranianas lançaram uma incursão na região russa de Kursk em agosto do ano passado, para impedir que as forças russas lançassem ataques na Ucrânia.
Grossi visitou uma subestação eléctrica na região de Kiev, esta terça-feira, e afirmou que os danos causados às principais instalações da rede eléctrica durante a guerra representam uma ameaça para a segurança nuclear, uma vez que podem perturbar os procedimentos vitais de arrefecimento das centrais atómicas.
Apoio internacional à Ucrânia
Entretanto, o principal fórum internacional para angariar apoio militar para a Ucrânia vai reunir-se pela primeira vez sob os auspícios de um país que não os Estados Unidos, numa altura em que a incerteza rodeia o futuro do apoio de Washington ao armamento de Kiev.
O Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, um consórcio de cerca de 50 nações parceiras, foi criado pelo antigo secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, para coordenar o apoio em termos de armamento nos meses que se seguiram à invasão russa.
O presidente Donald Trump manifestou ceticismo em relação ao apoio à Ucrânia, criticando o homólogo Volodymyr Zelenskyy e afirmando, no mês passado, que a sua administração já tinha mantido discussões "muito sérias" com a Rússia sobre o fim do conflito.
Trump disse aos jornalistas na sexta-feira que planeia falar com ambos os presidentes.
"Provavelmente irei reunir-me com o presidente Zelenskyy na próxima semana e provavelmente irei falar com o Presidente Putin", disse Trump. "Gostaria de ver esta guerra acabar".
O Reino Unido vai convocar a 26ª reunião do grupo de contacto na quarta-feira, na sede da NATO em Bruxelas.
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