Merz diz que negociações de coligação entre CDU e SPD vão começar em breve
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As negociações entre a União Democrata-Cristã (CDU) e o Partido Social-Democrata (SPD) deverão ter início nos próximos dias, anunciou o líder da CDU, Friedrich Merz, durante uma conferência de imprensa em Berlim, esta segunda-feira.
Merz afirmou que já se realizaram as primeiras conversações sobre a formação de uma coligação entre ambos os partidos e que pretende que o novo governo seja formado até à Páscoa, que este ano é a 20 de abril.
Merz sublinhou o seu objetivo de retirar a Alemanha da crise económica, especialmente à luz da relação incerta com os EUA e da estagnação em que se encontra a maior economia da Europa.
No ano passado, a Alemanha evitou por pouco uma recessão, mas a economia está a enfraquecer, uma vez que muitas empresas importantes, como a Volkswagen, a Bosch e a Ford, anunciaram milhares de cortes em postos de trabalho. Merz promete um governo forte que se concentrará na recuperação da economia com menos lutas interpartidárias, que atormentaram o governo da coligação “semáforo” nos últimos três anos.
Os três líderes da coligação “semáforo” - o chanceler Olaf Scholz, o vice-chanceler Robert Habeck e o antigo ministro das Finanças Christian Lindner - anunciaram que não irão desempenhar qualquer papel político importante no futuro. Para o SPD, de centro-esquerda, o resultado de 16,5% no domingo foi amargo, por ter sido o pior desempenho da história do partido.
Tanto o Partido Liberal Democrático (FDP) como os conservadores de esquerda BSW não conseguiram obter mais de 5% dos votos, o que significa que não terão assento no Bundestag nos próximos quatro anos. O partido de extrema-esquerda Die Linke (A Esquerda) superou as expetativas no domingo à noite, conquistando quase 9% dos votos.
A afluência às urnas nas eleições de ontem foi a mais elevada das últimas décadas, apesar de um grande número de alemães ter estado relativamente indeciso sobre em quem votar até ao último minuto.
O discurso de Merz esta segunda-feira também deu a entender que dará prioridade às migrações durante as conversações com o SPD. Alertou ainda para o sucesso da AfD, de extrema-direita, que obteve um recorde de 20% dos votos no domingo.
No entanto, a CDU, de centro-direita, enfrenta uma batalha difícil para estimular a economia e aumentar as despesas com a defesa, à medida que surgem questões sobre a reforma do travão da dívida.
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