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China cria novo visto para atrair talento tecnológico global

• 2025年11月10日 上午8:46
7 min de lecture
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Vaishnavi Srinivasagopalan, profissional indiana experiente em tecnologias de informação, que trabalhou na Índia e nos Estados Unidos, tem procurado trabalho na China. O novo programa de visto K de Pequim, dirigido a trabalhadores das áreas da ciência e tecnologia, pode tornar esse sonho realidade.

Lançado por Pequim no mês passado, o visto K insere-se no esforço alargado da China para recuperar terreno face aos EUA na corrida pelo talento global e pela tecnologia de ponta. Coincide comincertezas sobre o programa H-1B dos EUAdecorrentes do endurecimento das políticas de imigração implementadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

"O visto K da China é equivalente ao H-1B dos EUA", disse Srinivasagopalan, intrigada pelo ambiente e pela cultura de trabalho na China depois de o pai ter trabalhado numa universidade chinesa há alguns anos.

"É uma boa opção para pessoas como eu trabalharem no estrangeiro".

O visto K complementa os regimes de vistos já existentes na China, incluindo o visto R para profissionais estrangeiros, mas com exigências mais flexíveis, como não exigir uma oferta de emprego antes da candidatura.

Políticas mais rígidas dos EUA para estudantes e académicos estrangeiros sob Trump, incluindo o aumento das taxas do visto H-1B para trabalhadores qualificados estrangeiros para 100.000 dólares (cerca de 86.600 euros) para novos candidatos, estão a levar alguns profissionais e estudantes a ponderar outros destinos.

"Alunos que estudam nos EUA esperavam um visto H-1B, mas, neste momento, isso é um problema", disse Bikash Kali Das, estudante indiano de mestrado em relações internacionais na Universidade de Sichuan, na China.

China quer mais profissionais estrangeiros de tecnologia

A China aproveita o momento.

O Partido Comunista no poder fez da liderança global em tecnologias avançadas uma prioridade máxima, atribuindo elevados subsídios públicos para apoiar a investigação e o desenvolvimento em áreas como inteligência artificial (IA), semicondutores e robótica.

"Pequim vê o endurecimento das políticas de imigração nos EUA como uma oportunidade para se posicionar globalmente como acolhedora de talento estrangeiro e de investimento em sentido lato", disse Barbara Kelemen, diretora associada e responsável pela Ásia na empresa de inteligência de segurança Dragonfly.

O desemprego entre diplomados chineses permanece elevado e a competição é intensa por empregos nas áreas científica e técnica. Mas há uma lacuna de competências que a liderança chinesa quer colmatar.

Há décadas, a China perde talentos de topo para países desenvolvidos, já que muitos ficaram a trabalhar nos EUA e na Europa após concluírem estudos nesses locais.

A fuga de cérebros não se inverteu totalmente.

Muitos pais chineses ainda veem o ensino ocidental como avançado e querem enviar os filhos para o estrangeiro, disse Alfred Wu, professor associado na Universidade Nacional de Singapura.

Ainda assim, nos últimos anos, um número crescente de profissionais, incluindo especialistas em IA, cientistas e engenheiros, mudou-se para a China a partir dos EUA, incluindo chineses-americanos.

Fei Su, arquiteto de chips na Intel, e Ming Zhou, engenheiro de topo na empresa de software Altair, sediada nos EUA, estiveram entre os que assumiram funções de docência na China este ano.

Muitos trabalhadores qualificados na Índia e no Sudeste Asiático já manifestaram interesse pelo visto K, disse Edward Hu, diretor de imigração em Xangai na consultora Newland Chase.

Concorrência de trabalhadores estrangeiros levanta questões

Com a taxa de desemprego dos 16 aos 24 anos, excluindo estudantes, perto de 18 por cento, a campanha para atrair mais profissionais estrangeiros suscita questões.

"O mercado de trabalho atual já está sob forte concorrência", disse Zhou Xinying, estudante de pós-graduação em ciência comportamental na Universidade de Zhejiang, no leste da China.

Embora os profissionais estrangeiros possam ajudar a "trazer novas tecnologias" e diferentes perspetivas internacionais, disse Zhou, "alguns jovens candidatos chineses podem sentir pressão devido à introdução da política do visto K".

Kyle Huang, engenheiro de software de 26 anos, baseado na cidade de Guangzhou, no sul, disse que os seus pares nas áreas de ciência e tecnologia receiam que o novo regime de vistos "possa ameaçar oportunidades de emprego locais".

Um comentário recente publicado por um órgão noticioso apoiado pelo Estado, o Shanghai Observer, minimizou estas preocupações, afirmando que a entrada de tais profissionais estrangeiros beneficiará a economia. À medida que a China avança em áreas como a IA e os semicondutores de ponta, existe uma "lacuna e desajuste" entre candidatos qualificados e a procura de trabalhadores qualificados, referiu.

"Quanto mais complexo for o ambiente global, mais a China abrirá os braços", lê-se.

"Pequim terá de sublinhar como talento estrangeiro selecionado pode criar, e não retirar, empregos locais", disse Michael Feller, estratega-chefe na consultora Geopolitical Strategy.

China enfrenta desvantagens apesar dos novos vistos

Especialistas em recrutamento e imigração afirmam que os trabalhadores estrangeiros enfrentam vários obstáculos na China. Um é a barreira linguística. A censura na internet do Partido Comunista no poder, conhecida como "Grande Firewall", é outra desvantagem.

Com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, a China tinha apenas cerca de 711.000 trabalhadores estrangeiros residentes em 2023.

Os EUA continuam a liderar na investigação e beneficiam do uso generalizado do inglês. Para muitos, há também uma via relativamente mais clara para a residência, disse David Stepat, diretor de país para Singapura na consultora Dezan Shira & Associates.

Nikhil Swaminathan, indiano detentor de visto H-1B a trabalhar numa organização sem fins lucrativos nos EUA após concluir o ensino pós-graduado, interessa-se pelo visto K da China, mas mantém ceticismo.

"Teria considerado. A China é um excelente lugar para trabalhar em tecnologia, não fosse a relação difícil entre a Índia e a China", disse.

Dada a escolha, muitos candidatos irão provavelmente procurar empregos em empresas líderes globais fora da China.

"Os EUA estarão provavelmente mais em risco de perder candidatos ao H-1B para outras economias ocidentais, incluindo o Reino Unido e a União Europeia, do que para a China", disse Feller, da Geopolitical Strategy.

"Os EUA podem estar a sabotar-se, mas fazem-no a partir de uma posição muito mais competitiva em termos de atratividade para talento", acrescentou.

"A China terá de fazer muito mais do que oferecer vias de visto convenientes para atrair os melhores".


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