Vladimir Putin agradece a Kim Jong-un ter enviado tropas norte-coreanas para combater na Ucrânia

O presidente russo Vladimir Putin agradeceu ao líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o facto de ter fornecido tropas para lutar ao lado das forças russas na guerra contra a Ucrânia.
O comentário foi feito durante uma reunião entre os dois aliados, na quarta-feira, na casa de hóspedes estatal Diaoyutai, em Pequim.
Horas antes, os líderes russo e norte-coreano foram os convidados de honra do presidente chinês, Xi Jinping, numa parada militar na capital chinesa para assinalar o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
Nas suas observações a Kim, Putin falou calorosamente da aliança entre os dois países, que foi reforçada em junho passado com a assinatura de um pacto de defesa.
Putin elogiou depois a bravura das tropas que Pyongyang enviou a Moscovo para ajudar na guerra contra Kiev.
"Os vossos soldados lutaram de forma corajosa e heróica", afirmou Putin.
"Gostaria de salientar que nunca esqueceremos os sacrifícios que as vossas forças armadas e as famílias dos vossos militares sofreram", acrescentou.
Desde o ano passado, a Coreia do Norte enviou cerca de 15.000 soldados para a Rússia, de acordo com informações dos serviços secretos sul-coreanos.
Acredita-se que milhares deles tenham sido mortos ou feridos durante os combates na região russa de Kursk, onde os militares ucranianos ganharam território numa ofensiva surpresa em agosto de 2024.
Em troca do seu apoio militar, os especialistas acreditam que Moscovo enviou à Coreia do Norte bens, incluindo equipamento militar e petróleo.
Pyongyang, que só reconheceu publicamente ter enviado soldados para perto da fronteira Rússia-Ucrânia em abril, também se comprometeu a enviar trabalhadores da construção civil para ajudar a reconstruir partes da região de Kursk, devastada pela guerra.
No seu encontro em Pequim, Kim afirmou que as relações bilaterais entre a Rússia e a Coreia do Norte têm vindo a "avançar em todos os domínios".
"Se houver alguma forma de ajudarmos a Rússia, fá-lo-emos certamente como um dever fraterno", afirmou.
O reforço da aliança surge no momento em que tanto a Rússia como a Coreia do Norte enfrentam uma série de sanções internacionais, tendo Moscovo como alvo a invasão em grande escala da Ucrânia e Pyongyang o seu programa nuclear.
A parada militar de quarta-feira marcou a primeira vez, desde o início da Guerra Fria, que os líderes da China, da Rússia e da Coreia do Norte se reuniram. Foi também o primeiro evento multilateral em que Kim participou nos seus 14 anos de liderança.
Em resposta aos acontecimentos em Pequim, o presidente dos EUA, Donald Trump, dirigiu-se ao seu homólogo chinês, Xi.
"Por favor, deem os meus melhores cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América", disse ele numa publicação nas redes sociais referindo-se ao presidente chinês.
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