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Trump vai falar com Putin na terça-feira sobre cessar-fogo na Ucrânia

• Mar 17, 2025, 7:52 AM
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai discutir o fim da guerra na Ucrânia com o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira.

"Foi feito muito trabalho durante o fim de semana. Queremos ver se conseguimos pôr fim a essa guerra", disse Trump ao final da noite de domingo. "Penso que temos uma boa hipótese", acrescentou.

Trump está a tentar obter o apoio da Rússia para um cessar-fogo provisório de 30 dias e para o fim dos combates, que a Ucrânia aceitou na semana passada.

"Vamos falar de terrenos. Vamos falar de centrais elétricas", disse Trump, acrescentando que os negociadores já tinham discutido "a divisão de certos ativos".

Os comentários do presidente dos EUA surgem depois de o enviado especial Steve Witkoff dizer à CNN que Trump e Putin deveriam falar esta semana. Witkoff, que visitou recentemente Moscovo para fazer avançar as negociações, disse que as discussões com Putin tinham sido "positivas" e "baseadas em soluções".

Evitou perguntas sobre vários aspetos mais difíceis da proposta de cessar-fogo: se Putin exigiria a rendição das forças ucranianas em Kursk, a suspensão da ajuda militar à Ucrânia e o reconhecimento do território ucraniano tomado pela Rússia como russo.

Na quinta-feira passada, Putin disse que apoiava uma trégua, mas enumerou várias questões que, segundo ele, ainda tinham de ser discutidas, incluindo o estatuto das tropas ucranianas na região ocidental russa de Kursk.

Entre outras coisas, Moscovo disse que não aceitaria o envio de forças de paz europeias para a Ucrânia, uma ideia proposta pela França e pelo Reino Unido.

No sábado, o presidente francês Emmanuel Macron sugeriu, em comentários publicados em vários jornais, que a aceitação pela Rússia de tais tropas - que descreveu como contingentes de soldados - não era necessária, uma vez que a Ucrânia era um Estado soberano.

"Se a Ucrânia solicitar a presença de forças aliadas no seu território, não cabe à Rússia aceitá-las ou rejeitá-las", afirmou Macron.

No domingo, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, telefonou ao seu homólogo russo, Sergei Lavrov, para discutir os "próximos passos", após as reuniões na Arábia Saudita.

Ambos concordaram em "trabalhar no sentido de restabelecer a comunicação entre os Estados Unidos e a Rússia", lê-se num comunicado do Departamento de Estado norte-americano, sem mencionar a proposta de cessar-fogo.

Por seu lado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, acusou Putin de arrastar "deliberadamente" a proposta de cessar-fogo para complicar o processo e prolongar a guerra.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, fez eco das críticas de Zelenskyy após a realização de uma cimeira virtual sobre a Ucrânia, no sábado, onde considerou que a resposta da Rússia "não é suficientemente boa".

A proposta de cessar-fogo apoiada pelos Estados Unidos, aceite pela Ucrânia na sequência de conversações na Arábia Saudita, previa uma paragem temporária dos combates, incluindo no Mar Negro e em toda a linha da frente.

Os esforços diplomáticos para garantir um acordo de cessar-fogo surgem numa altura em que a Rússia e a Ucrânia trocaram ataques de drones durante o fim de semana e na manhã desta segunda-feira, de acordo com funcionários de ambos os países.

No domingo, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou a retirada das tropas ucranianas do centro logístico de Sudzha, na região de Kursk, dias depois de Moscovo ter afirmado que tinha capturado a área onde a Ucrânia lançou uma incursão surpresa no ano passado.