Alibaba está a desenvolver novo chip de IA e acelera corrida pela tecnologia

O gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba está a desenvolver um novo chip para a inteligência artificial (IA), de acordo com vários meios de comunicação social.

A iniciativa surge depois de os Estados Unidos terem proibido a Nvidia de vender os seus chips mais potentes, o chip Blackwell, à China em abril, argumentando que era necessário salvaguardar a segurança nacional e económica dos EUA à medida que a corrida global à IA ganha ritmo.

Os EUA parecem ter invertido o curso no mês passado, depois de a Nvidia ter concordado em pagar ao governo 15% do que ganha com a venda de chips ao país.

Embora a venda do chip Blackwell à China ainda esteja no ar, a Nvidia obteve autorização para exportar o seu chip H20 diluído para a China.

Mesmo assim, em agosto, a China terá dito às suas empresas de tecnologia para deixarem de comprar os chips da empresa americana Nvidia, alegando preocupações de segurança.

O que sabemos até agora sobre a oferta de chips de IA do Alibaba?

A empresa não é nova em chips, e seu último, o Hanguang 800, foi lançado em 2019.O Alibaba também tem sua própria unidade de design de semicondutores, chamada T-head.

A empresa disse este ano que iria investir pelo menos 380 mil milhões de yuans chineses (45 mil milhões de euros) em IA nos próximos três anos.

No entanto, a empresa norte-americana Nvidia é o principal fornecedor mundial de chips de IA e possui os semicondutores mais potentes, que passou anos a desenvolver. Demorará algum tempo até que as outras empresas recuperem o atraso em relação às ofertas mais recentes.

A empresa chinesa Huawei também tem o seu próprio chip de IA; a Cambricon também está a ser apontada como a próxima campeã de IA da China.

Empresas chinesas como Alibaba e ByteDance disseram anteriormente que seu desenvolvimento de IA seria prejudicado sem os chips da Nvidia.

No momento, o Alibaba continuará a usar seus próprios chips, bem como os de empresas como a Nvidia, disse uma fonte à CNBC.

A publicação também informou que o chip do Alibaba não será vendido a clientes externos e, em vez disso, permitirá que os clientes aluguem "poder de computação do Alibaba que é parcialmente baseado nesses novos chips".

"Mentalidade de guerra fria"

De momento, há muitas mais incógnitas sobre este novo chip. Mas os relatórios surgem no momento em que o presidente chinês Xi Jinping apelou à cooperação em IA, rejeitando uma "mentalidade de Guerra Fria" sobre a tecnologia, informou a CNBC na segunda-feira na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai.

Enquanto isso, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, disse na semana passada que sua empresa está a discutir com o governo Trump um potencial novo chip de computador projetado para a China.

"Estou a oferecer um novo produto à China para ... centros de dados de IA, o seguimento do H20", disse Huang em Taiwan. Mas acrescentou que "a decisão não é nossa. A decisão cabe, obviamente, ao governo dos Estados Unidos. Estamos a dialogar com eles, mas ainda é muito cedo para saber".

Huang também avisou o governo dos Estados Unidos que as empresas chinesas poderiam preencher o vazio de chips de IA se a Nvidia não puder vender para a China.

Os especialistas também já alertaram a Euronews Next para o facto de o enquadramento da corrida geopolítica à IA estar errado e de se dever chamar "corrida suicida", especialmente quando se trata de inteligência artificial geral (AGI).

O termo tem muitas definições, mas normalmente refere-se à ideia de que a IA pode substituir os trabalhadores humanos e também desenvolver e construir as próprias máquinas AGI.