Enviado de Trump chega a Moscovo para conversações sobre a guerra na Ucrânia

O enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, chegou a Moscovo para conversações com os dirigentes russos sobre a Ucrânia. Foi recebido no aeroporto de Vnukovo pelo chefe do Fundo Russo de Investimentos Diretos e enviado especial do presidente russo para a cooperação económica com países estrangeiros, Kirill Dmitriev, indicou uma fonte à agência TASS.
Esta é a quinta visita de Steve Witkoff à Rússia. A última vez que se deslocou a Moscovo para conversações com o presidente russo, Vladimir Putin, foi a 25 de abril e, antes disso, a 11 de fevereiro, 13 de março e 11 de abril.
Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a visita iminente de Witkoff à Rússia, sem indicar uma data específica.
Em meados de julho, Trump afirmou que as autoridades dos EUA irão introduzir tarifas secundárias de 100% contra os parceiros comerciais da Rússia que continuarem a comprar petróleo e gás russos, se nos próximos 50 dias (até 2 de setembro) não for alcançado um acordo de paz sobre a guerra na Ucrânia. A 29 de julho, o presidente americano reduziu significativamente o prazo para 10 dias (até 8 de agosto). Segundo indicou o próprio, os próximos passos dos EUA dependerão do resultado das negociações do seu enviado especial Steve Witkoff com Moscovo.
Ao mesmo tempo, Trump observou que a Rússia está a lidar bem com as sanções. Quando questionado sobre se Moscovo poderia evitar a imposição de sanções por parte de Washington, Trump respondeu que, para isso, seria necessário chegar a um "acordo que evitasse a morte de pessoas".
"Já impedimos muitas guerras", disse Trump, citando como exemplo os casos da Índia e do Paquistão, do Camboja e da Tailândia, da República Democrática do Congo e do Ruanda. "Pretendemos impedir também esta guerra, alguém tem de fazê-lo", afirmou o presidente dos EUA
Conversações entre Trump e Zelenskyy
Na véspera da visita de Witkoff a Moscovo, Donald Trump teve uma conversa telefónica com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.
"Conversa produtiva com o presidente Trump. O ponto principal foi, claro, o fim da guerra. Agradecemos ao presidente dos EUA por todos os esforços em prol de uma paz justa e duradoura. De facto, é preciso acabar com as mortes o mais rapidamente possível, apoiamos isso totalmente. Já poderiam ter passado muitos meses sem guerra, se os russos não a prolongassem", escreveu Zelenskyy no Telegram.
Além disso, os líderes dos dois países discutiram as sanções contra a Rússia. Na opinião de Zelenskyy, possíveis sanções em grande escala forçarão Moscovo a avançar no processo de negociação.
"É claro que falámos sobre as sanções contra a Rússia. A economia deles continua em queda, e é por isso que em Moscovo levam tanto em conta essa perspectiva e a determinação do presidente Trump. Isso pode mudar muita coisa", observou o presidente da Ucrânia.
Cessar-fogo aéreo com Kiev
O Kremlin está a considerar a possibilidade de um cessar-fogo aéreo limitado com a Ucrânia, ou seja, o fim dos ataques com drones e mísseis, mas não a interrupção total das hostilidades, informou a Bloomberg.
De acordo com fontes da agência, essa opção é possível, desde que a Ucrânia também concorde.
Segundo as informações apuradas, as autoridades russas, na véspera da visita de Steve Witkoff, estudaram uma série de possíveis concessões do Kremlin a Trump para evitar sanções secundárias. Uma das propostas apresentadas foi um possível cessar-fogo aéreo temporário.
O porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, confirmou a importância das reuniões com Witkoff, mas recusou-se a comentar quaisquer propostas específicas.
Anteriormente, Putin afirmou que a Rússia defende o fim das hostilidades, mas está interessada apenas numa paz duradoura, que exige "a eliminação das causas do conflito, com base na realidade no terreno". O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, insiste que as partes devem chegar a um acordo sobre um "cessar-fogo imediato, total e incondicional".
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