Explosão em fábrica faz dois mortos e vários feridos na Pensilvânia

Uma explosão numa fábrica da US Steel perto de Pittsburgh, na Pensilvânia, causou a morte de duas pessoas e pelo menos 10 feridos na segunda-feira, danificando fortemente as instalações, segundo as autoridades.
Um trabalhador foi retirado dos escombros horas depois de a explosão ter lançado um fumo negro em espiral para o céu do meio-dia em Mon Valley, uma região da Pensilvânia sinónimo de aço há mais de 100 anos. As autoridades disseram mais tarde que uma segunda pessoa tinha morrido.
Os serviços de emergência do condado de Allegheny informaram que um incêndio na fábrica começou por volta das 10h51, hora local, e que a explosão, seguida de várias outras de menor dimensão, foi sentida por alguns residentes de uma comunidade próxima.
A explosão levou as autoridades do condado a avisar os residentes para se afastarem do local para que os trabalhadores de emergência pudessem responder.
"Parecia um trovão", disse Zachary Buday, um trabalhador da construção civil perto do local, aos media locais. "Abanou o andaime, abanou o meu peito, e abanou o edifício, e depois quando vimos o fumo escuro a sair da siderurgia, juntámos dois mais dois, e é como se algo de mau tivesse acontecido."
Causa da explosão está a ser investigada
As autoridades locais disseram que ainda estão a tentar determinar o que aconteceu. Os funcionários da US Steel "fizeram um excelente trabalho" ao entrar e resgatar os trabalhadores, fechar os gases e garantir a estabilidade do local, disse o diretor de produção da US Steel, Scott Buckiso, numa conferência de imprensa.
Buckiso disse que a empresa, agora uma subsidiária da Nippon Steel Corp. com sede no Japão, está a trabalhar com as autoridades. O diretor executivo da US Steel, David B. Burritt, disse que a empresa iria investigar exaustivamente a causa.
Termino cada reunião e cada mensagem com as palavras: "Vamos voltar a trabalhar em segurança". Esse compromisso nunca foi tão importante e vamos honrá-lo", afirmou numa declaração.
O hospital local do condado, o Allegheny Health Network Hospital, disse que recebeu sete pacientes da fábrica que foram tratados, tendo cinco já recebido alta, enquanto o Centro Médico da Universidade de Pittsburgh informou estar a tratar três pacientes no UPMC Mercy, o único centro de trauma e queimaduras de nível um da região.
Preocupações com a qualidade do ar e avisos de saúde
A fábrica, uma enorme instalação industrial ao longo do rio Monongahela, a sul de Pittsburgh, é considerada a maior operação de coque (um tipo de combustível derivado da hulha - carvão betuminoso) da América do Norte e é uma das quatro maiores fábricas da U.S. Steel na Pensilvânia.
A fábrica converte carvão em coque, um componente fundamental no processo de fabrico de aço. Para produzir coque, o carvão é cozido em fornos especiais durante horas a altas temperaturas para remover impurezas que poderiam enfraquecer o aço. O processo cria o chamado gás de coque - composto por uma mistura letal de metano, dióxido de carbono e monóxido de carbono.
A fábrica de Clairton tem cerca de 1.400 trabalhadores, mas nos últimos anos tem sido afetada por preocupações com a poluição.
Longo historial de preocupações com a poluição
Em 2019, a siderúrgica consentiu em pagar 8.5 milhões de dólares para resolver uma reclamação sobre poluição do ar. Cinco anos depois, a empresa resolveu uma ação federal movida pelo Departamento de Saúde do Condado de Allegheny, PennEnvironment e Clean Air Council, concordando em gastar 5 milhões em iniciativas e programas locais de ar limpo e 19.5 milhões em modificações de equipamentos.
A ação judicial teve origem num incêndio na véspera de Natal de 2018 que causou danos no valor de 40 milhões de dólares. O fogo danificou o equipamento de controle de poluição, levando a repetidas liberações de dióxido de enxofre, de acordo com uma ação judicial.
Na sequência do incêndio, o condado de Allegheny avisou os residentes para limitarem as actividades ao ar livre, com os residentes a dizerem, durante semanas, que o ar parecia ácido, cheirava a ovos podres e era difícil de respirar.
Em fevereiro, um problema com uma bateria na fábrica levou a uma "acumulação de material combustível" que se inflamou, provocando um "boom" audível, segundo as autoridades. Dois trabalhadores receberam tratamento de primeiros socorros num hospital local, mas não ficaram gravemente feridos.
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