Robin Westman: o que sabemos sobre o suspeito do tiroteio em escola do Minnesota?

O suspeito do tiroteio numa escola do Minnesota, que causou a morte de duas crianças e 17 feridos na quarta-feira, foi identificado como Robin Westman.
O jovem de 23 anos, que não tem antecedentes criminais, terá disparado com uma espingarda na escola católica Annunciation, poucos dias após o início do ano letivo.
Duas crianças, de 8 e 10 anos, morreram no tiroteio, que teve lugar durante a missa matinal.
Das 17 pessoas feridas, 14 eram crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos. As outras três eram paroquianos na casa dos 80 anos, segundo as autoridades.
Westman morreu no local devido a um ferimento autoinfligido, segundo o chefe da polícia de Minneapolis, Brian O'Hara.
"A crueldade e a cobardia absolutas, disparar contra uma igreja cheia de crianças, é absolutamente incompreensível", disse O'Hara na quarta-feira.
O motivo do ataque ainda não foi identificado, mas o diretor do FBI, Kash Patel, afirmou que crime está a ser investigado como terrorismo doméstico.
O que é que sabemos sobre o suspeito?
A polícia disse ter conhecimento de vídeos e possíveis escritos divulgados pelo suspeito de ter cometido o crime.
Em dois vídeos online, que foram mais tarde retirados do YouTube, uma pessoa identificada como Robin W partilhou uma nota de suicídio que falava de depressão e do desejo de levar a cabo um tiroteio em massa.
Nos vídeos vistos pela Euronews, o alegado atirador mostrava armas e munições, algumas das quais com algumas fraves inscritas, incluindo "mata-te" em russo.
As mensagens incluíam insultos antissemitas e racistas e referências a outros atiradores em massa, como Anders Breivik, um atirador de extrema-direita que matou 77 pessoas na Noruega, em 2011.
As imagens mostram também diários, incluindo o que parece ser um desenho da planta da igreja onde ocorreu o tiroteio.
Em declarações à agência noticiosa AP, o antigo político do Kentucky Bob Heleringer confirmou que era tio de Westman, mas disse que "mal conhecia" o suspeito, antes de acrescentar que desejava que Westman "tivesse disparado contra mim em vez de contra crianças inocentes da escola".
Historial do alegado atirador
As autoridades federais, incluindo a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristie Noem, referiram-se a Westman como transgénero.
Um anuário escolar de 2017 mostrava que Westman usava, nessa altura, o nome Robert, informou o Minneapolis Star Tribune.
Três anos mais tarde, um juiz aprovou uma petição solicitando que o primeiro nome de Westman fosse alterado para Robin, uma vez que Westman se identificava como mulher.
Na quarta-feira, o presidente da Câmara de Minneapolis, Jacob Frey, advertiu que a política de género não tem lugar no rescaldo da tragédia.
"Qualquer pessoa que esteja a usar isto como uma oportunidade para vilanizar a nossa comunidade trans, ou qualquer outra comunidade, perdeu o seu sentido de humanidade comum. Não deveríamos estar a agir a partir de um lugar de ódio", afirmou Frey.
"Hoje morreram miúdos. Isto tem de ser sobre eles. Isto precisa de ser envolver os nossos braços à volta destas famílias."
Numa publicação nas redes sociais, a Casa Branca afirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou que as bandeiras fossem hasteadas a meia haste em todos os edifícios governamentais até domingo à noite "como sinal de respeito pelas vítimas dos atos de violência sem sentido".
Entretanto, o governador do Minnesota, Tim Walz, disse na quarta-feira: "O que aconteceu aqui hoje não vai desaparecer. Os habitantes do Minnesota não se vão afastar. Estamos ao lado desta comunidade".
"O meu maior desejo é que nenhum estado, nenhuma comunidade, nenhuma escola volte a viver um dia como este", acrescentou.
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