Milhares de pessoas prestam homenagem às vítimas do incêndio de Hong Kong

Milhares de pessoas reuniram-se no domingo no bairro de Tai Po, no norte de Hong Kong, para prestar homenagem às vítimas do incêndio da semana passada.

Ao longo de mais de um quilómetro um cordão humano juntou-se no bairro residencial Wang Fuk Court e deixaram flores em memória dos mortos, incluindo crisântemos, que simbolizam o luto na cultura chinesa.

Na semana passada, o incêndio atingiu sete torres de apartamentos de 32 andares que estavam a ser renovadas. O número de mortos subiu para 146 e mais de 100 pessoas estão dadas como desaparecidas.

As operações de salvamento terminaram na sexta-feira, mas a polícia afirma que poderão ser encontrados mais corpos. Uma busca completa dos edifícios queimados pode demorar mais três a quatro semanas.

O incêndio começou na tarde de quarta-feira, e rapidamente tomou conta de sete dos oito edifícios de 32 andares do complexo, que estavam cobertos com redes verdes e andaimes de bambu e revestidos com espuma de isolamento para as obras de renovação.

Milhares de residentes assinaram petições exigindo a responsabilização do governo nesta matéria. Foram lançadas investigações criminais e de corrupção, com a detenção de 11 pessoas e uma investigação sobre os materiais perigosos utilizados nas obras de renovação.

No sábado, as autoridades de segurança nacional chinesas avisaram as pessoas para não tentarem utilizar a situação como uma distração política, o que poderia levar a processos e punições severas.

Segundo as autoridades, os alarmes de incêndio do complexo, que alberga mais de 4.600 pessoas, não estavam a funcionar corretamente.

Tragédia anunciada

O ano passado as autoridades informaram os residentes do bairro de Wang Fuk de que o risco de incêndio era relativamente baixo, depois destes se terem queixado do perigo de incêndio provocado pelas obras de renovação, segundo os Serviços de Trabalho da cidade.

Em setembro de 2024, os residentes manifestaram a sua preocupação, nomeadamente em relação à potencial inflamabilidade da malha que cobria os andaimes, informou um porta-voz do departamento.