Aude: imagens apocalípticas do "maior incêndio" das últimas décadas em França

Pelo menos 16.000 hectares de vegetação e de pinhal foram consumidos pelo fogo, "mais do que a área da cidade de Paris", segundo o coronel Christophe Magny, chefe dos bombeiros do departamento. "A noite estava mais fresca, o fogo está a progredir mais lentamente, mas este continua a ser o maior incêndio que atingiu França desde 1949", disse a ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, à Franceinfo, na quinta-feira.
De acordo com a base de dados sobre incêndios florestais em França (BDIFF), este é o maior incêndio ocorrido em França nos últimos vinte anos. Esta base de dados é disponibilizada pelos serviços do Estado. Enumera todos os incêndios que ocorreram em França desde 2006 e os que ocorreram na região mediterrânica desde 1973.
A tramontana, um vento seco e quente que potencia os incêndios, foi substituído por um vento marítimo que continuará a soprar na quinta-feira e "trará um ar mais húmido do que antes, o que é menos favorável à propagação do fogo", explicou François Gourand, um analista da Météo-France, à AFP, na quarta-feira.
Há a lamentar uma vítima mortal, uma mulher de 65 anos que se recusou a abandonar a sua casa em Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse. A autarquia contabilizou ainda 13 feridos: dois habitantes locais hospitalizados, um dos quais sofreu queimaduras graves, e onze bombeiros, um dos quais sofreu um traumatismo craniano, segundo o ministro do Interior, Bruno Retailleau, que visitou o local. Três pessoas foram dadas como desaparecidas, informou o município.
Mais de 2.100 bombeiros e vários aviões de bombardeamento de água combateram o incêndio que deflagrou na tarde de terça-feira na aldeia de Ribaute, no departamento de Aude, uma região rural e arborizada onde se situam vinhas.
François Bayrou descreveu o incêndio como uma "catástrofe de uma dimensão sem precedentes" e , na tarde de quarta-feira, o primeiro-ministro francês encontrou-se com os bombeiros e os habitantes de Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse, onde foi instalado o posto de comando dos bombeiros. O governante afirmou, nesse momento, ter ido expressar a “solidariedade nacional”.
A economia da região baseia-se na viticultura e no turismo e "estes dois setores foram afetados", sublinhou.
Bayrou afirmou que estava já em curso um inquérito para determinar a causa do incêndio.
O Ministério do Ambiente indicou que a região de Aude estava a atravessar um período de seca este mês, estando em vigor restrições à utilização da água. A falta de chuvas nos últimos meses "desempenhou um papel importante na propagação do incêndio, uma vez que a vegetação está muito seca", afirmou o Ministério em comunicado.
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