UE convoca enviado russo depois de ataque ter atingido delegação do bloco em Kiev

A União Europeia convocou formalmente o enviado russo em Bruxelas, em resposta ao ataque russo que danificou gravemente a delegação do bloco em Kiev.
"Nenhuma missão diplomática deve ser um alvo", afirmou a alta representante, Kaja Kallas, na quinta-feira, ao anunciar a sua decisão.
O diplomata, enviado do Kremlin na UE é Karen Malayan.
O ataque noturno, parte da campanha de Moscovo para semear o terror e o caos, matou várias pessoas e deixou dezenas de feridos, causando grande destruição em toda a cidade.
Dois mísseis russos atingiram a delegação a 50 metros de distância, num espaço de 20 segundos.
"Enquanto o mundo procura um caminho para a paz, a Rússia responde com mísseis", afirmou Kallas na quinta-feira. "O ataque noturno a Kiev revela uma opção deliberada de escalada e de ridicularização dos esforços de paz. A Rússia deve parar de matar e negociar".
A Convenção de Viena de 1961 prevê a proteção das instalações diplomáticas e consulares contra intrusões ou danos, embora não seja invulgar que estes edifícios sejam afetados em tempo de guerra. O Kremlin tem demonstrado um desinteresse constante em respeitar as regras internacionais durante a invasão em grande escala da Ucrânia.
Ursula von der Leyen disse estar "indignada" com o ataque e confirmou que nenhum membro da delegação foi ferido.
"A presidente da Comissão Europeia afirmou que o Kremlin está a ser atacado por um grupo de pessoas e que a sua ação é uma prova de que o Kremlin está a ser atacado.
"Isto mostra que o Kremlin não vai parar por nada para aterrorizar a Ucrânia, matando cegamente civis - homens, mulheres e crianças - e até mesmo tendo como alvo a União Europeia".
Von der Leyen prometeu apertar os parafusos da máquina de guerra russa com um 19º pacote de sanções da UE que deverá ser apresentado "em breve". A presidente da Comissão Europeiaafirmou que o bloco vai trabalhar em novas formas de mobilizar os activos congelados da Rússia, no valor de cerca de 210 mil milhões de euros em solo europeu, para financiar as capacidades de defesa e a reconstrução da Ucrânia.
Também o primeiro-ministro português reagiu ao ataque. Nas redes sociais, Luís Montenegro fala num ataque que "intolerávelmente atingiu a delegação" europeia e disse ser "urgente que a Rússia pare a agressão e respeite a integridade da Ucrânia".
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