Drones russos podem atingir todas as capitais da UE, exceto Lisboa

Com um alcance superior e uma capacidade de transportar uma maior carga explosiva, os novos drones Shahed russos, de fabrico iraniano, colocam quase toda a Europa ao alcance dos ataques do Kremlin. A única exceção, por enquanto, é Lisboa, de acordo com a publicação Defence Express.
De acordo com os serviços de informações militares ucranianos, o alcance de voo destes drones é de 1800 a 2500 quilómetros. Quanto às áreas de lançamento, parte da infraestrutura de lançamento russa para ataques na Ucrânia pode ser usada para o lançamento efetivo de drones sobre os países pertencentes à NATO.
A publicação analisou os locais de lançamento de drones mais favoráveis para a Rússia em caso de ataque ao Ocidente e destaca três localizações: o Cabo de Chauda, na Crimeia, uma base de lançamento em Bryansk, e uma terceira localizada nos arredores de São Petersburgo.
A partir destas três localizações, os Shahed russos que têm um alcance de voo até 1.800 quilómetros são suficientes para atingir qualquer alvo em todo o território da Escandinávia, dos Bálticos, quase toda a Alemanha, Áustria e até uma parte do sul de Itália.
A situação muda de figura, contudo, com os drones com capacidade aumentada para atingir alvos a 2500 quilómetros de distância. Este aumento coloca também Itália, Reino Unido, Irlanda, Suíça e quase toda a França como alvos fáceis.
Os analistas da Defence Express admitem contudo outro cenário. Em caso de conflito com o resto da Europa, a Rússia poderia montar em poucos meses novos centros de lançamento no interior da Bielorrússia ou até mesmo na região de Kaliningrado. Este cenário poderia aproximar os drones 700 quilómetros, o que colocaria Madrid e todo o norte de Espanha à mercê dos ataques do Kremlin.
Isso faz de Lisboa a única capital europeia fora do alcance dos drones russos em caso de um possível ataque, embora a rápida evolução tecnológica e a capacidade da Rússia de estabelecer novos locais de lançamento em meses sugira que esta vantagem pode ser temporária para Portugal.
O artigo da Defence Express surge após uma série de incidentes com drones no norte da Europa: pelo menos quatro aeroportos na Dinamarca foram afetados no que parece ter sido um ataque coordenado de drones que invadiram o espaço aéreo. A mesma situação verificou-se em Oslo. Já no início de setembro, registaram-se várias incursões de drones na Polónia, durante ataques em grande escala da Rússia na Ucrânia.
Além disso, aponta para a importância de investir em defesas antiaéreas modernas e coloca a nu as vulnerabilidades da NATO e a necessidade de reforçar o seu flanco leste.
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