"UE em risco": presidente Macron visita Scholz em Berlim
A visita do Presidente francês Emmanuel Macron a Berlim ocorre num momento muito sensível, em que a situação entre o Irão e Israel está à beira de lançar um conflito total no Médio Oriente.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, sublinhou a necessidade de um cessar-fogo no início da manhã, na Chancelaria, e Macron também prometeu apoiar Israel, aumentando a presença militar francesa na região.
Macron alertou para o facto de a UE se encontrar numa situação muito precária e "poder morrer" se não aprofundar o seu mercado único e não resolver a fragmentação que causa fricções entre os Estados-membros.
"Se a UE não atuar agora em termos de reforma da regulamentação, a Europa terá de implementar um plano de salvamento dentro de cinco a dez anos", afirmou Macron.
As duas economias mais fortes da Europa não estão de acordo quanto à forma de avançar com as tarifas chinesas sobre os veículos elétricos.
Macron disse que apoia os planos da UE para introduzir tarifas sobre os VE chineses, enquanto Scholz é cauteloso, preocupado com o facto de as tarifas poderem perturbar a indústria automóvel, da qual a economia alemã está fortemente dependente.
Muitos fabricantes de automóveis alemães estão a pedir que a Alemanha vote contra as taxas de importação adicionais na votação da UE da próxima sexta-feira. Scholz defende um diálogo aberto com a China, que poderá retaliar com medidas comerciais rigorosas devido aos elevados direitos aduaneiros.
Macron afirmou que a UE deve dar prioridade à defesa e à segurança e "acelerar a capacidade de inovação", uma vez que corre o risco de ficar atrás de potências mundiais como a China e os EUA.
Para o presidente francês, se a Europa não conseguir proporcionar um futuro melhor aos jovens e avançar mais rapidamente com a transição para as energias verdes, as economias continuarão a estagnar.
Enquanto Scholz se debate com o crescente descontentamento dos seus eleitores, muitos interrogam-se se conseguirá sobreviver até às eleições federais previstas para o final do próximo ano. E se não sobreviver, como é que a amizade franco-alemã poderá continuar sem Scholz ao comando dos destinos dos alemães.
De acordo com um comunicado de imprensa do Governo Federal, os dois líderes também coordenaram as questões que prevalecerão na próxima reunião do Conselho Europeu, que acontece em meados de outubro.
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