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UE aumenta ajuda humanitária ao Líbano em 30 milhões de euros

• Oct 3, 2024, 10:55 AM
7 min de lecture
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A Comissão Europeia anunciou mais 30 milhões de euros de ajuda humanitária no Líbano. Este montante vem juntar-se aos 10 milhões de euros já anunciados em 29 de setembro e eleva o total da ajuda da UE ao país para mais de 104 milhões.

À medida que aumentam as hostilidades entre Israel e o Hezbollah no Líbano, a União Europeia aumentou a ajuda humanitária para o país, fazendo um total de 104 milhões de euros para ajudar a população mais necessitada.

Os ataques de Israel ao país vizinho está a criar nova crise humanitária, após a destruição da Faixa de Gaza, e a deixar o Líbano à beira do colapso.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, demonstrou preocupação com a escalada do conflito no Médio Oriente e apelou a um cessar-fogo imediato. 

“Estou extremamente preocupada com a constante escalada das tensões no Médio Oriente. Todas as partes devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proteger a vida de civis inocentes. Hoje, estamos a intensificar a nossa ajuda humanitária ao povo do Líbano. O nosso novo financiamento garantirá que os civis recebam a tão necessária assistência durante este período tão difícil. Continuamos a apelar a um cessar-fogo na fronteira com o Líbano e em Gaza, bem como à libertação de todos os reféns", disse a líder europeia em nota enviada.

A situação humanitária é "catastrófica"

O conflito desencadeou uma deslocação sem precedentes da população no Líbano, tendo já provocado milhares de vítimas e feridos entre os civis.

As pessoas no Líbano, incluindo os refugiados, já estavam a viver níveis elevados de pobreza e de insegurança alimentar e tinham um acesso limitado aos serviços.

Estima-se que cerca de 2 milhões de libaneses e refugiados sírios se encontrem em situação de insegurança alimentar. Prevê-se que este número continue a aumentar.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, foram encerrados mais de 30 centros de cuidados de saúde primários nas zonas afetadas do Líbano.

O pessoal médico tem dificuldade em lidar com o afluxo diário de novos doentes e, ao abrigo dos planos de emergência do Governo, os hospitais e os profissionais de saúde suspenderam as operações não urgentes.

Desde 2011, a UE afetou mais de 971 milhões de euros em ajuda humanitária para responder às necessidades urgentes da população, tanto libanesa como refugiada. Como a situação se agravou para a população libanesa em geral, especialmente desde 2019, a ajuda humanitária da UE está a ser entregue tanto aos sírios como aos libaneses mais necessitados. 

A UE organizou igualmente uma série de conferências de Bruxelas sobre a Síria para dar resposta às necessidades dos refugiados sírios e das comunidades de acolhimento no Líbano.

"Através do nosso financiamento humanitário, ajudamos as populações vulneráveis a satisfazer as suas necessidades básicas através de cuidados de saúde, educação, proteção e serviços jurídicos", diz a nota de imprensa enviada às redações.

Um paramédico do Hezbollah caminha entre destroços depois de um ataque aéreo ter atingido um apartamento num edifício de vários andares, no centro de Beirute.
Um paramédico do Hezbollah caminha entre destroços depois de um ataque aéreo ter atingido um apartamento num edifício de vários andares, no centro de Beirute. AP Photo/Hussein Malla

"A situação humanitária é catastrófica", disse Hassan Dbouk, chefe da unidade de gestão de catástrofes na antiga cidade libanesa de Tiro citado pela AP, onde muitas pessoas procuraram refúgio.

O responsável afirmou que não havia provisões pré-posicionadas, tais como pacotes de alimentos, kits de higiene e colchões, e que a deslocação de camiões é agora muito perigosa.

A Associated Press relata que os agricultores foram impedidos de aceder às suas terras devido aos bombardeamentos e o município tem dificuldades em pagar os salários.

Um dos quatro hospitais do distrito foi encerrado após ter sofrido danos causados por uma greve que afectou o fornecimento de eletricidade e danificou a sala de operações.

Em dois outros hospitais, foram partidos vidros de janelas. Por enquanto, os hospitais da cidade estão a receber mais mortos do que feridos.

"A braços com múltiplas crises"

Uma crise económica que começou em 2019 e a enorme explosão do porto de Beirute em 2020 deixaram o Líbano com dificuldades em fornecer serviços básicos como eletricidade e cuidados médicos.

As divisões políticas deixaram o país de seis milhões de habitantes sem presidente nem governo em funções durante mais de dois anos, aprofundando um sentimento nacional de abandono que se estende às pessoas de quem o país depende em situações de emergência.

O Líbano está "a braços com múltiplas crises, que ultrapassaram a capacidade de resposta do país", afirmou Imran Riza, coordenador humanitário da ONU para o Líbano.

Entretanto, o lixo está a acumular-se nas ruas de todo o Líbano, uma vez que o número de funcionários municipais diminuiu de 160 para 10.