Ajuda ultrapassa os 50 mil milhões: Será que o ministro das Finanças Klingbeil promete ainda mais dinheiro para a Ucrânia?

O ministro das Finanças e vice-chanceler Lars Klingbeil (SPD) chegou à Ucrânia na segunda-feira de manhã. Saiu do comboio na estação de Kiev com uma grande pasta preta. Na sua bagagem: ainda mais apoio alemão!
A sua visita não foi anunciada, mas foi bem preparada internamente. Falando à imprensa em Kiev, Klingbeil sublinhou que o governo alemão não se iria esquivar e que a Alemanha iria contribuir para as garantias de segurança da Ucrânia. "O reforço do exército ucraniano é de importância crucial. É preciso continuar", afirmou.
A produção de defesa na Ucrânia também deve ser aumentada, explicou Klingbeil. O governo alemão está a planear nove mil milhões de euros por ano para a Ucrânia no seu orçamento para os próximos anos.
Klingbeil deixou claro: "Putin não deve ter ilusões de que o nosso apoio à Ucrânia pode desmoronar".
Na noite anterior, a Rússia tinha atacado a Ucrânia com drones, em particular a região de Sumy. O ataque matou uma pessoa e feriu outras nove. As infraestruturas civis também foram atingidas.
A Alemanha ultrapassa limite financeiro de 50 mil milhões de euros
A Alemanha já ultrapassou o limite de ajuda de 50 mil milhões de euros.
Desde a guerra de agressão russa contra a Ucrânia, o governo alemão já gastou 50,5 mil milhões em ajuda até ao final de 2024. Entre elas: Militar, financeira e humanitária.
- 25 mil milhões de euros foram gastos no acolhimento de refugiados da Ucrânia (receção, cuidados, programas, subsídio de cidadania).
- 17 mil milhões de euros foram gastos em apoio militar (armas, formação, reparações, comunicações por satélite).
- Quase sete mil milhões foram gastos em ajuda civil (infraestruturas, energia).
- Um pouco menos de dois mil milhões para o orçamento ucraniano (salários dos funcionários públicos).
O novo governo da coligação não quer certamente reduzir o apoio à Ucrânia. Em 2025, serão acrescentados 8,3 mil milhões de euros. Para 2026 e 2027, Lars Klingbeil planeia acrescentar mais 18 mil milhões de euros, ou seja, 8,5 mil milhões por ano.
O ministro das Finanças do SPD dá a entender que vai haver mais apoio
Em breve, a Alemanha poderá conceder ainda mais ajuda financeira, especialmente se houver paz.
"Estou a tentar dialogar sobre a melhor forma de a Alemanha apoiar a Ucrânia num eventual processo de paz", afirmou Klingbeil. A sua intenção é dialogar com o chanceler Friedrich Merz (CDU).
Ao mesmo tempo, o vice-chanceler do SPD é a favor de um cessar-fogo e de negociações de paz: "Enquanto se negoceia a paz, não podem continuar a morrer pessoas todos os dias devido aos brutais ataques russos".
As expectativas de ajuda financeira alemã para uma eventual reconstrução foram elevadas desde o início. Em 2022, o governo ucraniano manifestou a esperança de que a Alemanha pudesse contribuir com cerca de 500 milhões de euros por mês para a reconstrução.
De acordo com as estimativas de Kiev, a reconstrução custará mais de 850 mil milhões de euros num período de 14 anos. "O nosso conceito prevê a criação de dois fundos", afirmou o primeiro-ministro Denys Shmyhal numa conferência sobre reconstrução realizada em Roma, em julho.
Durante a sua visita à Ucrânia, Lars Klingbeil deixou em aberto a questão de como a Alemanha poderia apoiar a Ucrânia em termos de garantias de segurança. Por exemplo, não mencionou em Kiev se poderiam ou não ser colocados soldados alemães na Ucrânia.
Há poucos dias, Klingbeil disse ao canal de televisão Sat.1 que a Ucrânia precisava, "antes de mais, de um exército ucraniano forte" para garantir que não seria atacada. "Depois, veremos o que mais pode ser feito. Mas se são soldados alemães ou não, não é essa a questão neste momento."
Os alemães têm uma opinião semelhante. Numa sondagem realizada pelo instituto de investigação de opinião Civey, 51% dos inquiridos eram contra a participação alemã numa missão de manutenção da paz na Ucrânia. Apenas 36% dos inquiridos concordam.
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