Húngaros têm cada vez menos dinheiro para ajudar pessoas em situação de sem-abrigo
Em Budapeste, a comunidade de pessoas que vive em situação de sem-abrigo e os voluntários que distribuem a revista Fedél Nélkül (Sem-Abrigo) estão a notar uma diminuição dos donativos.
A publicação não é apenas uma fonte de subsistência para muitas pessoas, mas também uma forma de viverem em comunidade e menos isolados. Cria uma oportunidade para os distribuidores, que vivem em circunstâncias difíceis, de fazerem a sua vida quotidiana como trabalhadores, terem orgulho no seu trabalho e obterem um rendimento.
"Antes, era mais fácil, foi mais fácil durante uns sete ou oito anos. Agora, as pessoas já não têm o dinheiro que tinham nessa altura. Não é só não ter dinheiro nos cartões, é não ter dinheiro nenhum. Tudo aumentou, tudo é caro", diz Gábor Tóth.
Outro dos distribuidores com quem a Euronews falou, nas ruas de Budapeste, afirma que, mesmo sem dinheiro, há quem tente ajudar de outra forma. "Se alguém mendigar na rua, com uma autorização, onde é permitido, há muita gente boa que diz que não tem dinheiro, mas convida-nos a ir a uma loja para comprar comida", garante.
Desde o seu lançamento, em 1993, a Fundação Shelter (Abrigo) tem vindo a publicar a revista e segundo o diretor, Zoltán Aknai, está a tentar adaptar-se às novas circunstâncias e realidade.
"Tivemos a ideia de introduzir um sistema de subscrição online para ajudar aqueles que, de outra forma, distribuiriam o jornal, mas isto tem um pesado fardo administrativo e é difícil de fazer bem. O bom seria que cada um pudesse gerir o seu próprio sistema, para deixar de aceitar dinheiro e ter uma conta, por exemplo, e receber estes subsídios. Mas para as pessoas que vivem na rua, ou em albergues, isso muitas vezes não é uma opção", explica.
Com o passar dos anos, as atividades da editora alargaram-se a um vasto leque de programas culturais e artísticos, mas a ideia original de ajudar as pessoas que vivem na rua não mudou.
Veja a reportagem no vídeo acima.
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