François Bayrou lança podcast e vídeos no YouTube para defender corte de 44 mil milhões

Três semanas depois de ter apresentado um plano de poupança de 44 mil milhões de euros para o próximo ano, François Bayrou está a tentar um novo golpe de comunicação.
Envolvido numa tempestade política e em queda livre nas sondagens, o primeiro-ministro lança uma nova iniciativa: um podcast e uma série de vídeos no YouTube para explicar diretamente aos franceses as grandes linhas do orçamento para 2026.
O podcast, intitulado "FB Diret", terá o seu primeiro episódio transmitido esta terça-feira, 5 de agosto, às 17 horas (horário de França). Quanto aos vídeos do YouTube, o primeiro vai centrar-se no quadro geral do orçamento e na necessidade de sair da dívida.
Nos dias que se seguem, François Bayrou discutirá as dificuldades causadas pela dívida pública e as soluções propostas pelo seu governo em episódios temáticos diários. Os internautas poderão mesmo colocar as suas próprias questões.
Popularidade de Bayrou cai a pique
A 15 de julho, o primeiro-ministro apresentou um plano de poupança de grande dimensão, visando cerca de 44 mil milhões de euros para o orçamento de 2026.
Entre as medidas mais controversas: a abolição de dois feriados, o congelamento das pensões de reforma e o congelamento das prestações sociais. Estas decisões foram duramente criticadas pela oposição, nomeadamente pelo Rassemblement National (RN), que ameaça apresentar uma moção de censura quando o orçamento for analisado no Parlamento, no outono.
O governo comprometeu-se a aperfeiçoar as suas propostas durante dois meses, até à apresentação do projeto de lei das finanças e do projeto de lei do financiamento da segurança social. François Bayrou avisou, no entanto, que poderia "discutir" com os grupos parlamentares, mas sem "recuar" nos objetivos de redução do défice. Um início de ano político difícil...
"Este é um momento tão crucial que sinto a necessidade de falar diretamente com os franceses. Para que cada um deles, pessoalmente, possa formar uma opinião", afirmou ao Le Parisien na segunda-feira.
É uma iniciativa complicada para o homem que alguns, mesmo dentro do seu próprio campo, estão agora a comparar ao antigo primeiro-ministro Michel Barnier, cujo governo caiu no inverno passado na sequência de uma moção de censura.
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