Alemanha não enviará tropas para a Ucrânia, garante MNE alemão

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Johann Wadephul (CDU), pronunciou-se contra a presença de tropas alemãs na Ucrânia. Para ele, esta não é uma opção para garantir a paz após um possível fim da guerra de agressão russa.
A Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) já tem uma brigada estacionada na Lituânia, afirmou. "Fazer isso e estacionar tropas na Ucrânia provavelmente nos sobrecarregaria", disse ele no podcast Table.Today sobre as capacidades das suas forças militares.
A manutenção da paz deve ser possível sem os soldados da Bundeswehr, disse o ministro que foi criticado pelo seu próprio partido (CDU). O seu colega de partido Roderich Kiesewetter disse à rádio Bayerischer Rundfunk que a garantia de um eventual cessar-fogo "só é possível com tropas terrestres".
No entanto, ambos os políticos estão de acordo quanto à questão das garantias de segurança - estas são urgentemente necessárias. Wadephul sublinhou que os EUA indicaram estar preparados para o fazer. Agora temos de ver como é que isso pode ser feito em conjunto com os europeus.
"A única garantia de segurança a longo prazo é a adesão da Ucrânia à NATO", disse Kiesewetter na rede X. "Ceder território não é uma opção". Referia-se à iniciativa de Trump, que declarou irrealista a devolução da Crimeia e a adesão à NATO.
Garantias de segurança: cimeira com os EUA, a Ucrânia e os países da UE
Os lideres europeus vão a Washington tentar uma possível restituição do território ucraniano anexado de forma unilateral e militar pela Rússia, entre outras medidas.
Trump já tinha deixado claro de antemão que a devolução da Crimeia e a adesão da Ucrânia à NATO também estão fora de questão para um possível acordo de paz. O Presidente dos EUA está, assim, a dar um passo na direção das exigências da Rússia.
A Ucrânia, por outro lado, está a exigir garantias de segurança para assegurar que um possível acordo de paz seja cumprido. A Rússia lançou uma guerra de agressão na Ucrânia em 2022. Os combates prosseguem desde então.
Brigada da Bundeswehr na Lituânia é de 5.000 soldados
Em maio, o chanceler Friedrich Merz assistiu à inauguração de uma brigada alemã na Lituânia. A brigada destina-se a reforçar o flanco oriental da NATO face à ameaça da Rússia. Está previsto o destacamento de cerca de 5.000 soldados e pessoal civil alemão.
"Juntos, estamos determinados a defender o nosso território da NATO contra qualquer agressão", anunciou Merz na sua conta X após a reunião. A Lituânia pode confiar na Alemanha, afirmou.
Cerca de 700 soldados alemães estão já destacados neste momento. De acordo com a Lituânia, a brigada deverá estar totalmente operacional até 2027.
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