Garantias de segurança: estes são os países europeus dispostos a enviar tropas para a Ucrânia

Os países europeus estão a apressar-se a finalizar as garantias de segurança para a Ucrânia antes de um possível encontro entre Zelenskyy, da Ucrânia, e Putin, da Rússia, que poderá ter lugar nas próximas semanas.
Cerca de 30 países têm estado em conversações desde fevereiro, no âmbito da chamada "Coligação de Interessados", sendo uma das ideias em cima da mesa o envio de uma "força de segurança" para dissuadir a Rússia de novos ataques.
"Os nossos chefes de Estado-Maior trabalharam nesse sentido no âmbito da coligação dos interessados. Vários Estados estão prontos para o fazer, desde a formação à logística, a uma presença em zonas não quentes, ou seja, não na linha da frente, não em territórios contestados, mas para ter uma presença de forças aliadas ao lado da Ucrânia", disse o presidente francês , Emmanuel Macron, no domingo.
Donald Trump deixou claro, na terça-feira, que os Estados Unidos não vão colocar tropas no terreno, mas cerca de 10 países estão prontos para contribuir com tropas, segundo a Bloomberg.
O campo do sim
Os dois co-presidentes da "Coligação de Interessados", França e Reino Unido, estão de acordo.
"Estamos prontos para colocar botas britânicas no terreno na Ucrânia, em parte para tranquilizar os ucranianos", disse o secretário da Defesa britânico, John Healey, à BBC na semana passada.
Acrescentou que a missão poderia consistir em assegurar a defesa aérea e marítima e em treinar os militares ucranianos.
O chefe das forças armadas britânicas, Tony Radakin, deverá reiterar esta vontade aos seus homólogos americanos na quarta-feira, durante uma visita a Washington.
A Bélgica, bem como os Estados bálticos Lituânia e Estónia, também afirmaram estar prontos para enviar tropas.
Dainius Žikevičius, conselheiro do presidente lituano, disse ao jornal 15min.lt, numa entrevista divulgada no domingo, que a missão poderia ser semelhante à antiga missão da NATO no Afeganistão. Žikevičius acrescentou que o número de soldados está a ser discutido agora, mas não revelou quaisquer números.
O primeiro-ministro da Estónia, Kirsten Michal, reafirmou a sua disponibilidade para fornecer tropas esta semana, referindo, no entanto, que "é importante que se continue a trabalhar nos pormenores".
Os talvez
O terceiro Estado báltico, a Letónia, continua indeciso. O presidente Edgars Rinkēvičs disse que está a decidir sobre o envio de tropas para a Ucrânia e que a sua decisão dependerá das outras garantias de segurança que serão fornecidas. O país determinará o seu papel na missão depois de se chegar a um acordo de paz e de as garantias de segurança estarem concluídas", afirmou ao canal regional Delfi.
O governo sueco também está indeciso e precisa de mais esclarecimentos sobre se a missão será de manutenção da paz, de dissuasão ou de tranquilização.
O campo do não
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Johann Wadephul, disse num podcast, na segunda-feira, que o país tem pouca capacidade para enviar tropas para a Ucrânia, mas que, em vez disso, forneceria elementos importantes para as garantias de segurança.
O governo de Viktor Orbán deixou claro várias vezes que não serão enviadas tropas húngaras para a Ucrânia e que Budapeste também não fornecerá quaisquer meios militares ao país vizinho.
O vice-primeiro-ministro polaco deixou bem claro, numa publicação no X, em maio, que "não há nem haverá quaisquer planos para enviar militares polacos para a Ucrânia".
"A Polónia é corresponsável pela defesa do flanco oriental da NATO e pelo apoio logístico ao seu vizinho atacado", escreveu Władysław Kosiniak-Kamysz.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou em março que o envio de tropas italianas para a Ucrânia "não está a ser planeado".
Países Baixos e Espanha afirmaram, entretanto, que estão prontos a participar nas garantias de segurança para reforçar o exército ucraniano, mas que tal não implica o envio de tropas.
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